O representante permanente da China nas Nações Unidas, Fu Cong, rebateu na segunda-feira (11) as acusações dos Estados Unidos contra Beijing em relação ao Canal do Panamá, durante um debate de alto nível do Conselho de Segurança da ONU sobre segurança marítima.
Fu afirmou que, nas últimas semanas, a delegação norte-americana tem repetidamente utilizado diferentes pautas no Conselho para lançar críticas e difamações “injustificadas” contra a China — postura à qual Beijing se opõe firmemente.
Segundo ele, a China sempre respeitou a soberania do Panamá sobre o canal e reconhece seu status como via internacional permanentemente neutra. “As mentiras fabricadas e os ataques infundados dos EUA nada mais são que pretextos para justificar seu controle sobre o Canal do Panamá”, disse.
O diplomata acrescentou que Beijing rejeita qualquer forma de coerção econômica ou intimidação e instou Washington a “parar de espalhar boatos e criar confusões”.
O embaixador também acusou os EUA de serem o “maior fator de desestabilização” no Mar do Sul da China, apontando o seu envio de armas ofensivas — incluindo mísseis terrestres de médio alcance — e a realização frequente de missões de reconhecimento e exercícios militares na região.
“Ao agir de forma provocadora na porta de outros países, os EUA buscam apenas criar instabilidade para atender aos seus interesses geoestratégicos”, criticou.
Fu acusou ainda Washington de adotar uma postura hegemonista e de Guerra Fria que, segundo ele, eleva rapidamente os riscos à segurança marítima global. Ele lembrou que os EUA não aderiram à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e se recusam a cumprir obrigações internacionais, além de decidir unilateralmente explorar recursos do fundo marinho internacional — patrimônio comum da humanidade — apesar de alertas da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos.
O diplomata acusou os EUA de ameaçar o funcionamento normal do Canal do Panamá e do Canal de Suez, desafiar a soberania de outros países, “securitizar” de forma excessiva temas marítimos, dificultar a construção de infraestruturas no setor e comprometer a estabilidade das cadeias de produção e abastecimento.
Fu concluiu, pedindo que Washington “reflita seriamente” e assuma suas responsabilidades como potência global.