Dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China na quinta-feira passada mostram que as importações de soja da China em julho chegaram a 11,67 milhões de toneladas, queda de 4,8% na comparação mensal, mas aumento de 18,5% em relação ao mesmo período do ano passado, estabelecendo o maior recorde histórico para o mês e superando amplamente a estimativa anterior de analistas, de 10,48 milhões de toneladas. Esse crescimento deve-se principalmente ao forte desempenho das exportações de soja do Brasil.
Analistas apontam que a boa safra de soja no Brasil tem fornecido oferta abundante ao mercado global. Como o pico de oferta da soja brasileira se estendeu além do habitual, espera-se que essa condição persista até o quarto trimestre.
Os dados Administração Geral das Alfândegas indicam que, entre janeiro e julho deste ano, a China importou 61,04 milhões de toneladas de soja, alta anual de 4,6%. Em 6 de agosto, fábricas de ração domésticas encomendaram 1,90 milhão de toneladas de farelo de soja em um único dia, a maior compra diária em 2025.
Devido à forte elevação das importações de soja no primeiro semestre de 2025 e à enfraquecida demanda doméstica por ração, os estoques chineses de farelo de soja já se encontram em nível elevado, pressionando o mercado com excesso de oferta.
As exportações brasileiras de farelo de soja se aceleraram em julho, somando 2,186 milhões de toneladas, ante 2,032 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, e a receita das exportações de farelo de soja em julho foi de US$ 780 milhões, diminuição em relação aos US$ 880 milhões em julho de 2024, segundo dados divulgados recentemente pela Secretaria de Comércio Exterior do Brasil (SECEX).
A produção de soja do Brasil para a safra 2025/26 é estimada em 166,56 milhões de toneladas. Se confirmada, essa previsão representará uma queda de 1,3% em relação à safra 2024/25, segundo estimativa preliminar divulgada pela consultoria agrícola brasileira PAN.
A consultoria ainda projeta que a área plantada de soja no Brasil atingirá 48,13 milhões de hectares, aumento anual de 1,4%, mas o ritmo de expansão seria o menor desde 2006/07.
