O presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, afirmou na última terça-feira que a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que será realizada em novembro em Belém, no Estado do Pará, norte do Brasil, representa uma importante oportunidade para impulsionar o turismo como instrumento de desenvolvimento sustentável na Amazônia e atrair mais visitantes chineses ao Brasil.

Em entrevista exclusiva à Xinhua, Freixo destacou que o turismo vem se consolidando como pilar essencial do desenvolvimento econômico, da proteção ambiental e da geração de empregos no Brasil, e que o setor caminha para atingir recordes históricos em 2025. "A COP30 não é apenas uma conferência global sobre o clima, mas também uma vitrine para o Brasil mostrar ao mundo seu potencial. A Amazônia pode se tornar um novo atrativo para os turistas chineses, e o turismo será uma forma de preservar a biodiversidade local, gerar empregos e combater o garimpo ilegal", disse.

Segundo dados oficiais, entre janeiro e julho de 2025, o Brasil recebeu cerca de 6 milhões de turistas internacionais, número próximo ao recorde de 6,7 milhões registrados em todo o ano de 2024. A receita gerada pelo setor chegou a US$ 7,3 bilhões. Em 2024, o Brasil recebeu 76 mil visitantes da China. Já no primeiro semestre de 2025, esse número alcançou 58 mil turistas, um crescimento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

Freixo explicou que o governo brasileiro já elaborou um plano de promoção turística voltado ao público chinês. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Recentemente, autoridades brasileiras assinaram acordos de cooperação com diversas empresas de turismo na China e lançaram um site oficial em mandarim.

Freixo ressaltou ainda que o governo federal valoriza fortemente o setor e implementou o Plano Nacional de Turismo 2024-2027, que tem como meta atrair mais de 150 milhões de turistas domésticos e 8,1 milhões de turistas internacionais até 2027, alcançando uma receita superior a US$ 8,1 bilhões.

Para melhorar o ambiente de serviços, Brasil e China assinaram em janeiro de 2024 um acordo de emissão de vistos de múltiplas entradas com validade de 10 anos para viagens de negócios, turismo e visitas familiares. Em abril, a rota aérea Beijing-Madri-São Paulo da Air China foi reativada. Em novembro, o Ministério do Turismo do Brasil assinou com o Ministério da Cultura e Turismo da China um memorando de entendimento para aprofundar a cooperação turística bilateral.

"O perfil dos turistas chineses, com grande interesse por natureza, ecologia e cultura, está altamente alinhado com os atrativos do Brasil. Estamos promovendo o país especificamente para o mercado chinês, com site em chinês e incentivo à criação de produtos turísticos adaptados às preferências dos visitantes chineses", afirmou o presidente da Embratur.

O número de agências brasileiras certificadas para receber turistas chineses subiu de 39, em 2023, para mais de 260 em 2024, aumentando significativamente a capacidade de recepção.

"Vamos sempre receber os turistas chineses de braços abertos", concluiu Freixo. "A China é a segunda maior economia do mundo e o maior emissor internacional de turistas. O Brasil tem condições, recursos e boa vontade para oferecer aos visitantes chineses experiências únicas e diversificadas."