O governo brasileiro anunciou na última sexta-feira a criação do primeiro Centro de Competência em Tecnologias de RNA Mensageiro (mRNA) do país, uma iniciativa estratégica para fortalecer a autonomia nacional na produção de vacinas, medicamentos e insumos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
O centro faz parte de um pacote de investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), no valor total de 450 milhões de reais (aproximadamente US$ 82 milhões), e busca consolidar a soberania científica e tecnológica do país no setor da saúde.
O anúncio foi feito pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o evento "Saúde Estratégica Brasil-Américas", organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Com um investimento inicial de 60 milhões de reais (aproximadamente US$ 11 milhões), o Centro de Competência em RNA será responsável por acelerar a produção nacional de vacinas e terapias inovadoras. Essa tecnologia, que ganhou notoriedade durante a pandemia de COVID-19, utiliza RNA sintético para induzir o corpo humano a gerar proteínas virais, desencadeando uma resposta imune sem expor o organismo ao patógeno.
"O governo está comprometido em consolidar o setor da saúde como motor do desenvolvimento econômico. Isso envolve ampliar o acesso a medicamentos eficazes, garantir a soberania nacional e promover a ciência, a tecnologia e a inovação", afirmou a ministra Luciana Santos.
O centro estabelecerá parcerias com universidades, empresas, startups e instituições científicas no Brasil e no exterior. Seus objetivos incluem o desenvolvimento de vacinas prioritárias para as Américas, o apoio técnico a outros centros de pesquisa e a formação de profissionais especializados.
A iniciativa será executada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), entidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e faz parte da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. As instituições interessadas terão até 26 de agosto para submeter suas propostas.
Além do novo centro, o Ministério da Saúde está investindo em plataformas de produção de vacinas de mRNA no Instituto Butantan e na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), duas das principais instituições científicas do país.
"O Brasil vive um momento estratégico, com o fortalecimento das parcerias entre o Ministério da Saúde, o MCTI e a OPAS. Esse esforço conjunto permitirá a implementação de ações concretas que fortaleçam o SUS e posicionem o país como referência em inovação em saúde", enfatizou o ministro Padilha.