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China pede que UE considere laços econômicos e comerciais bilaterais de maneira não emocional e sem preconceitos

Fonte: Xinhua    11.07.2025 10h15

A China pediu nesta quinta-feira que a União Europeia (UE) considere as relações econômicas e comerciais bilaterais de uma maneira não emocional e sem preconceitos, uma vez que este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento dos laços diplomáticos e haverá importantes intercâmbios de alto nível.

A China espera que a UE reduza as críticas e aumente a comunicação, diminua o protecionismo e amplie a abertura, seja menos ansiosa e aja mais, evite rótulos e priorize consultas, disse He Yongqian, porta-voz do Ministério do Comércio, em uma entrevista coletiva regular ao responder aos recentes comentários feitos pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

He Yongqian ressaltou que os comentários da líder da UE não refletiram com precisão o estado atual das relações China-UE, nem o progresso positivo alcançado por meio do diálogo entre as autoridades econômicas e comerciais de ambos os lados.

Quanto ao acesso ao mercado, a porta-voz observou que a China expandiu consistentemente a abertura de alto nível, removendo completamente as restrições ao investimento estrangeiro no setor manufatureiro e aumentando proativamente as importações da Europa por plataformas como a Exposição Internacional de Importação da China.

Em contrapartida, a UE, nos últimos anos, tem praticado o protecionismo em nome do comércio justo, abusado de instrumentos de defesa comercial e explorado lacunas nas regras do comércio internacional para criar ferramentas unilaterais que contradizem os princípios fundamentais da Organização Mundial do Comércio (OMC) e o espírito do livre comércio, afirmou a porta-voz.

A UE iniciou frequentemente investigações contra empresas chinesas em relação a subsídios estrangeiros e outros assuntos, levando a uma regressão contínua na abertura do mercado e à deterioração do ambiente de negócios, acrescentou ela.

Sobre os subsídios, a porta-voz destacou os padrões duplos da UE, observando que o próprio bloco é um grande provedor de subsídios, incluindo os setores de aviação, agricultura e outros, todos já considerados violações pelas regras da OMC.

De acordo com estatísticas incompletas, a UE planeja fornecer mais de 1,44 trilhões de euros em vários subsídios entre 2021 e 2030, com os Estados-membros oferecendo subsídios adicionais no valor de centenas de bilhões de euros, enfatizou He Yongqian.

Em relação às aquisições governamentais, a porta-voz disse que o mercado europeu de contratos públicos contém inúmeras barreiras implícitas, apesar das alegações de justiça e abertura, com políticas que incentivam a compra de produtos europeus.

A UE utilizou instrumentos de compras internacionais para adotar medidas que restringem a participação de empresas e produtos chineses em seus contratos públicos para aquisição de dispositivos médicos, disse a porta-voz, ressaltando que, sob esse contexto, a China teve que adotar contramedidas recíprocas para proteger os interesses legítimos das empresas chinesas.

Quanto aos controles de exportação, a porta-voz salientou que as medidas da China são prudentes e moderadas, abrangendo muito menos itens do que a lista de controle da UE. Ela acrescentou que a China estabeleceu um canal verde especial para agilizar a aprovação para empresas europeias, enquanto o processo de aprovação de controle de exportação de alta tecnologia da UE permanece lento e complicado.

Em termos do chamado "excesso de capacidade", He Yongqian apontou que os volumes de produção e exportação não podem determinar o excesso de capacidade, defendendo que a indústria de nova energia da China, na verdade, enfrenta escassez de capacidade de uma perspectiva global e de longo prazo.

O que é excessivo não é a capacidade de produção da China, mas sim a ansiedade da UE decorrente do investimento insuficiente em P&D de longo prazo e do declínio da competitividade industrial, destacou a porta-voz.

A porta-voz disse que a China está disposta a trabalhar com a UE para expandir o acesso recíproco aos mercados, fortalecer o diálogo sobre aquisições governamentais e controles de exportação, aprofundar a cooperação na cadeia de suprimentos e promover a reforma da OMC, injetando mais estabilidade, certeza e energia positiva na construção de uma economia global aberta.

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