O Fórum de Urbanização do BRICS, que na segunda-feira reuniu em Brasília ministros, autoridades e representantes dos países-membros e parceiros do grupo, reafirmou seu compromisso com uma governança voltada para o desenvolvimento de cidades mais inclusivas, resilientes e sustentáveis, com ênfase na redução das desigualdades sociais e dos riscos de desastres.
Na abertura do encontro, realizado no Palácio do Itamaraty, sede da chancelaria brasileira, o Ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, destacou a urgência de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, pela expansão urbana e pelo aumento das desigualdades nos ambientes urbanos.
"Esta é uma declaração política: as cidades devem ser protagonistas na resposta global à crise climática, à desigualdade social e aos desafios do desenvolvimento sustentável. Permitam-me ser franco: não há justiça climática sem justiça urbana e social", enfatizou.
Durante o dia, ministros e representantes dos países do BRICS participaram de três painéis temáticos focados nos principais desafios urbanos do grupo.
O primeiro painel abordou experiências e estratégias para a expansão das políticas de habitação social, com foco na redução das desigualdades e vulnerabilidades urbanas.
O segundo focou no desenvolvimento de indicadores para avaliar o grau de sustentabilidade dos investimentos públicos nas cidades, alinhando-os à Agenda 2030, ao Acordo de Paris, ao Marco de Sendai e à Nova Agenda Urbana.
O terceiro painel apresentou soluções para a expansão da infraestrutura e dos serviços urbanos resilientes ao clima, com atenção especial às comunidades vulneráveis.
A reunião contou com a presença dos países-membros oficiais do BRICS -- Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia e Indonésia (que se juntou ao grupo em janeiro de 2025) -- além dos países parceiros convidados: Cuba, Bolívia e Nigéria.
O presidente do Instituto Nacional de Planejamento Territorial e Urbano de Cuba (INOTU), Raúl Omar Acosta Gregorich, destacou a importância da participação de Cuba no fórum.
"Temos muitas necessidades de desenvolvimento, mas também acumulamos experiência e uma equipe altamente profissional. Já cooperamos com mais de 30 países na América Latina, África e Ásia. Estamos dispostos a compartilhar nossa experiência, e também aprender com outros países do BRICS", afirmou.
Gregorich concluiu destacando o valor da cooperação internacional. "Acredito que os países do Sul têm um ponto forte: muita experiência acumulada. Se unirmos forças e cooperarmos, podemos alcançar grandes resultados. Essa é a importância que damos à nossa participação como país parceiro do BRICS", afirmou.