O primeiro grupo de cidadãos búlgaros evacuados de Israel, juntamente com dezenas de estrangeiros da Eslovênia, EUA, Bélgica, Albânia, Kosovo e Romênia, chega ao aeroporto Vassil Levsky em Sófia, em 18 de junho de 2025. (Photo: Valentina Petrova/AP)
A China está evacuando prontamente seus cidadãos do Irã e de Israel em meio à intensificação das hostilidades entre os dois países do Oriente Médio, enquanto continua a promover o diálogo e a negociação para evitar que a turbulência se transforme num conflito mais amplo na região.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou na quarta-feira que 791 cidadãos chineses no Irã foram transferidos para um local seguro e mais de 1.000 outros estão sendo evacuados. Alguns cidadãos chineses já foram evacuados de Israel em segurança, acrescentou.
Embaixadas e consulados chineses nos países vizinhos do Irã, incluindo Azerbaijão e Turcomenistão, enviaram grupos de trabalho para auxiliar cidadãos chineses no acesso aos portos fronteiriços, além de facilitar sua acomodação e viagens de volta à China, disse Guo Jiakun, porta-voz do MRE chinês.
A China expressa sincera gratidão pelo forte apoio e assistência prestados pelos países relevantes, disse Guo. O ministério ainda não recebeu nenhum relato de vítimas entre cidadãos chineses, acrescentou.
A União Europeia afirmou ter ajudado a evacuar cerca de 400 cidadãos de seus Estados-membros de Israel, via Jordânia e Egito.
Quando o conflito entrou em seu sexto dia na quarta-feira (18), aviões de guerra israelenses atingiram alvos militares na capital iraniana, Teerã, enquanto o Irã respondia às ameaças israelenses e aos apelos dos Estados Unidos por "rendição incondicional" com outra saraivada de mísseis.
Em um vídeo gravado e exibido pela televisão estatal iraniana na quarta-feira (18), o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou os apelos dos EUA por rendição diante dos violentos ataques israelenses e alertou que qualquer envolvimento militar americano levaria a "danos irreparáveis".
Numa publicação nas redes sociais na terça-feira (17), o presidente dos EUA, Donald Trump, disse: "Sabemos exatamente onde o líder supremo está escondido. Não vamos triá-lo de lá, pelo menos não por enquanto.... Nossa paciência está se esgotando."
Poucos minutos depois, em outra publicação, ele exigiu a "rendição incondicional" do Irã.
Ali Bahreini, embaixador do Irã e representante permanente nas Nações Unidas em Genebra, disse que via cumplicidade dos EUA no que Israel está fazendo, acrescentando que o Irã responderá firmemente se os EUA se envolverem diretamente nos ataques israelenses contra o Irã.
As hostilidades, que eclodiram com ataques aéreos israelenses surpresa contra o Irã em 13 de junho, já mataram quase 600 pessoas no Irã e cerca de 24 em Israel, de acordo com dados oficiais.
Apesar das preocupações da comunidade internacional, caças israelenses atingiram uma unidade de produção de centrífugas iraniana e diversas fábricas de armas na quarta-feira. Os ataques destruíram dois prédios que fabricavam componentes de centrífugas para o programa nuclear iraniano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os ataques israelenses às instalações nucleares do Irã atrasaram o programa nuclear do país por "muito, muito tempo".
Mohamed ElBaradei, ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, disse que o ataque ao Irã "é uma maneira segura de destruir" o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.