Boneco Labubu fotografado em uma loja da Pop Mart no distrito de Futian, na cidade de Shenzhen. (Foto: Chu Yan)
O brinquedo de design chinês Labubu está fazendo sucesso global. Com um estilo que mistura fantasia e uma estética peculiar, este produto viralizou nas redes sociais internacionais. Fãs chegam a passar a noite em filas para conseguir versões exclusivas, tendo surgido inclusive serviços de aluguel do brinquedo. A marca já abriu lojas temáticas em pontos turísticos ao redor do mundo.
A empresa por detrás do Labubu adotou uma estratégia de expansão internacional e já atua em quase cem países e regiões.
Neste ano, os produtos da série superaram 3 bilhões de unidades vendidas. Os relatórios apontam que, em abril, as vendas da série Labubu nos EUA e na Europa aumentaram respectivamente 8 e 5 vezes em comparação ao ano anterior, levando a longas filas nas lojas.
Exibição de versões raras no parque temático urbano da Pop Mart, localizado em Beijing. (Foto: Guo Yujing)
Do sucesso global do filme “Nezha 2” até a febre de compras do Labubu, esses fenômenos refletem uma vitória dupla da indústria cultural chinesa: paciência no estabelecimento de marca e ousadia na inovação.
O Labubu passou por um longo processo desde sua criação em 2019 até sua explosão global em 2025. A POP MART e o artista de Hong Kong Kasing Lung evoluíram continuamente o design do personagem, do primeiro “Concerto na Floresta” até a versão 3.0, reforçando a identidade estética “feio-fofo” como símbolo cultural. Isso só foi possível graças ao aprimoramento constante e avanços tecnológicos.
O sucesso do Labubu também depende diretamente da força da manufatura chinesa. Wang Ning, CEO da POP MART, já afirmou que a China, enquanto potência industrial, tem uma cadeia de suprimentos completa e madura, o que confere uma vantagem competitiva significativa.
Um morador da cidade de Yuyao, na província de Zhejiang, mostra sua coleção de brinquedos Labubu. (Foto: Zhang Hui)
Essa base sólida de fabricação permite que as marcas chinesas ofereçam produtos de alta qualidade ao mercado global e sustentem seu crescimento com capacidade de fornecimento.
Um executivo de uma agência de marketing em Londres, especializada no mercado chinês, comentou que o fenômeno Labubu é um marco para as marcas da China e sinaliza uma mudança importante: no futuro, além de dominar a tecnologia, as marcas chinesas também buscarão integrar emoção e conexão cultural em seus produtos.
Encarando o futuro, o setor de brinquedos de designer da China tem um amplo espaço para crescer globalmente. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento da Indústria de Brinquedos de Designer e Animação da China (2024), o valor total desse mercado no país deve atingir 110,1 bilhões de yuans até 2026, com crescimento médio anual superior a 20%.
As marcas chinesas de brinquedos de designer já despontam no cenário internacional, com resultados impressionantes. No entanto, ainda há espaço para aumentar o reconhecimento global dos IPs chineses.
Área de exibição da Taipa, Macau, do evento "Viajando por Macau com a POP MART". (Foto: Zhang Jinjia)
Problemas como pirataria e especulação de mercado continuam sendo desafios frequentes e exigem melhorias contínuas.
Para que a propriedade intelectual cultural da China se mantenha popular no longo prazo e expanda para lá de suas fronteiras, são essenciais três pilares: inovação, paciência e a força da manufatura nacional.
É preciso criar um vínculo emocional com os consumidores, baseado em estilo de vida e identidade cultural, fazer com que o cuidado no desenvolvimento e a criatividade se reforcem mutuamente, e buscar um equilíbrio entre inovação de conteúdo e sustentabilidade comercial. Só assim os produtos culturais se tornarão verdadeiramente atraentes, duradouros e clássicos — alcançando, de fato, o status de “fenômeno global”.