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Manifestantes protestam nos EUA em dia de desfile

Fonte: Diário do Povo Online    16.06.2025 09h35

Manifestantes criticam demonstração militar de US$ 45 milhões em meio à indignação com cortes em programas sociais.

Um policial entra em confronto com um manifestante idoso durante um protesto do Dia "Sem Reis" em Los Angeles no sábado. (Foto: ChinaDaily)

Manifestantes entoando cânticos lotaram as ruas dos Estados Unidos desde a manhã de sábado para o Dia "Sem Reis", protestando contra o governo em diversas áreas políticas.

Enquanto o governo Donald Trump realiza cortes de verbas para agências federais, o governo gastou entre US$ 25 milhões e US$ 45 milhões num desfile militar em Washington no sábado (14), marcando o 250º aniversário do Exército dos EUA. O evento, que coincidiu com o 79º aniversário de Trump, contou com quase 6.600 soldados, tanques, veículos blindados e helicópteros.

As manifestações se espalharam em ondas ao longo do dia, da capital às principais cidades, incluindo Nova York, Los Angeles, Houston e Chicago.

Cerca de 2.000 protestos ocorreram nos EUA — e em países como México, América do Sul e Europa — para combater Trump e seu governo, enquanto um desfile militar marchava por Washington.

"Na América, não aceitamos reis", dizia o site "No Kings", administrado pelos organizadores em conjunto com uma coalizão de cerca de 100 grupos que organizaram o protesto nacional.

"Eles desafiaram nossos tribunais, deportaram americanos, fizeram pessoas desaparecerem das ruas, atacaram nossos direitos civis e cortaram nossos serviços. A corrupção foi longe demais. Sem tronos. Sem coroas. Sem reis", afirmava o site.

A presença policial e os protocolos de segurança foram reforçados em todo o país. No Texas, o governador Greg Abbott mobilizou a Guarda Nacional do estado antes do Dia "No Kings" e em resposta aos protestos contínuos contra a agenda imigratória de Trump.

Na Flórida, o governador Ron DeSantis gerou reações negativas após afirmar que motoristas poderiam legalmente atropelar manifestantes se cercados — um comentário que, segundo os críticos, incentiva a violência contra os manifestantes.

"Eles poderiam ter usado esse dinheiro para me manter empregada ou algo assim", disse Blair Retnauer, moradora da região do Distrito de Columbia, Maryland e Virgínia, ao China Daily. "Por que US$ 45 milhões vão para um desfile? Há muito mais desempregados agora que precisam disso."

Retnauer disse que o Departamento de Eficiência Governamental encerrou recentemente seu contrato como designer gráfica na Diretoria de Ciência e Tecnologia do Departamento de Segurança Interna.

Beverly Howard, de Fairfax, Virgínia, que se juntou ao protesto "No Kings", afirmou: "Eu me importo com a nossa liberdade. Eu me importo com os imigrantes e com as pessoas. Famílias estão sendo separadas e arrancadas de suas casas. Crianças estão sendo deixadas sem os pais. Esta é a pior crueldade que já enfrentamos."

Pedro Gonzalez, advogado de imigração na Virgínia do Norte, disse que decidiu participar do protesto — seu primeiro protesto — em resposta ao que ele vê como a repressão do atual governo às políticas de imigração.

"Isso realmente machuca muita gente. Isso realmente assusta muita gente. Quase todo mundo, de uma forma ou de outra, é imigrante, conhece um imigrante ou tem familiares que foram imigrantes. Esse é o maior problema para mim."

Ele acrescentou que as ações do governo afetaram pessoas sem cidadania em diferentes níveis, enquanto sua política de fronteiras também o incomodava.

"Para mim, é simplesmente má governança. Quaisquer cortes em redes de seguridade social como Medicare, Medicaid ou Previdência Social, ou dar mais benefícios a corporações ricas — isso não ajuda as pessoas. Vai me prejudicar, vai prejudicar a todos. Esse é o grande motivador para mim."

Na região de Nova York, manifestações foram planejadas no Bryant Park e na Universidade Columbia, em Manhattan, entre outros locais em outros distritos e em Nova Jersey, bem como nos subúrbios ao norte.

Alguns protestos de pequena escala contra o governo Trump já estão ocorrendo desde que as tropas nacionais entraram em Los Angeles. Durante a semana passada, cerca de 120 pessoas foram presas em Nova York.

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