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ONU celebra 1º dia internacional para o diálogo

Fonte: Diário do Povo Online    11.06.2025 16h16

Engajamento entre civilizações visto como laço de paz, ponte de amizade

Fu Cong (centro), representante permanente da China nas Nações Unidas, e Miguel Angel Moratinos (direita), alto representante da Aliança das Civilizações da ONU, observam um artefato da antiga civilização Shu da China na terça-feira, em uma exposição temática para marcar o primeiro Dia Internacional para o Diálogo entre Civilizações na sede da ONU em Nova York, Estados Unidos. (Foto: Liao Pan, China News Service)

As Nações Unidas celebraram na segunda-feira o primeiro Dia Internacional para o Diálogo entre Civilizações, com um evento de alto nível co-organizado pela Missão Permanente da China na ONU e pela Aliança das Civilizações das Nações Unidas. A celebração reuniu diplomatas, líderes culturais e representantes da sociedade civil de todo o mundo.

Falando por vídeo, o Ministro das Relações Exteriores Wang Yi enfatizou a urgência do diálogo intercultural em meio à atual instabilidade geopolítica. O diálogo entre civilizações é um laço de paz, um motor de desenvolvimento e uma ponte de amizade, afirmou.

Wang defendeu a igualdade, a promoção do intercâmbio e o avanço do progresso das civilizações. Ele também destacou a Iniciativa de Civilização Global, proposta em 2023 pelo presidente Xi Jinping, como parte dos esforços do país para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.

A Assembleia Geral da ONU adotou por unanimidade uma resolução no ano passado, copatrocinada por mais de 80 países, a qual declarou o dia 10 de junho como o Dia Internacional do Diálogo entre Civilizações.

Fu Cong, representante permanente da China na ONU, também discursou no evento, alertando sobre o aumento da discriminação global e da intolerância cultural.

"A discriminação e o preconceito contra diferentes culturas, raças, cores de pele e sistemas sociais estão aumentando", disse Fu. "Teorias de superioridade e conflito civilizacional estão causando impacto. Portanto, é hora de defender a diversidade das civilizações e fortalecer o intercâmbio e o diálogo civilizacionais".

Ele enfatizou a necessidade de engajamento inclusivo na promoção do diálogo, apelando à participação ativa de governos, partidos políticos, mulheres, jovens e outros setores da sociedade.

Fu apelou também à ampliação dos intercâmbios culturais e interpessoais, enfatizando a importância do engajamento de governos, partidos políticos, mulheres, jovens e outros.

"Os intercâmbios culturais e a comunicação eficaz sempre foram uma ponte importante para que pessoas de todos os países aprofundem a compreensão e a confiança", afirmou.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou através de uma mensagem de vídeo que, no primeiro Dia Internacional para o Diálogo entre Civilizações, as pessoas celebraram "a rica diversidade das civilizações como uma força para promover a compreensão mútua e a solidariedade global".

"Hoje, essa missão é mais urgente do que nunca", afirmou, acrescentando: "Em nosso mundo fragmentado, o diálogo não é opcional — é essencial para construir pontes de compreensão e confiança".

O evento temático, moderado por Fu, também incluiu discursos de autoridades de alto escalão, incluindo o Presidente da Assembleia Geral da ONU, Philemon Yang, e o Alto Representante da Aliança das Civilizações da ONU, Miguel Angel Moratinos. Diplomatas do Egito, Peru, Espanha e Uzbequistão, coorganizadores do evento, também discursaram.

Moratinos afirmou: "O diálogo é uma prioridade oportuna, mas ainda mais hoje. Vivemos em uma era marcada por profunda incerteza, crescente tensão política, conflitos violentos, fragmentação social, mudanças climáticas e a perigosa disseminação de discursos de ódio, racismo e politização extrema.

"O impacto adverso de todas essas crises é profundamente sentido em nossas sociedades. Elas as fragmentam e semeiam divisão, desconfiança e medo. Nesse contexto, o diálogo não é um gesto abstrato de boa vontade — é um imperativo estratégico. É o nosso meio mais eficaz para aliviar a tensão, construir confiança e reafirmar nossa humanidade comum", disse ele.

O evento "foi muito oportuno e muito bem-vindo", disse Enrique Armando Roman Morey, representante permanente do Peru na ONU, ao China Daily. "Participamos de muitos eventos nos quais sentimos as tensões do mundo." Mas hoje foi um evento em que sentimos a capacidade de construir pontes entre civilizações."

Moratinos disse aos repórteres: "Estamos no século XXI. Não estamos na época dos neandertais ou da pré-história, onde as pessoas só sabiam resolver problemas matando umas às outras... É hora de pôr fim à guerra e ao conflito. E, para isso, a única maneira de resolver um conflito, controvérsia ou divergência é por meio do diálogo".

Além disso, Moratinos disse: "Acredito que a China, a Aliança das Civilizações e a ONU compartilham os mesmos valores e a mesma metodologia — criar um mundo melhor".

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