Em maio deste ano, a China anunciou a expansão do escopo de países isentos de vistos. De 1º de junho de 2025 a 31 de maio de 2026, uma política de isenção de vistos será implementada para portadores de passaportes comuns no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Uruguai. Essa política marca a primeira vez que o "círculo de amigos" unilateral de isenção de vistos da China se expande para países da América Latina e do Caribe, atraindo ampla atenção de muitos países latino-americanos.
Mídias locais e pessoas de todas as esferas da vida acreditam que essa política facilitará a visita e o intercâmbio com a China, a compreensão da China real, tridimensional e abrangente, promoverá o intercâmbio econômico e comercial e a cooperação em diversas áreas entre a China e a América Latina, e reforçará ainda mais a imagem da China como um grande país aberto e inclusivo.
"Boa notícia! China suspende exigência de visto para turistas brasileiros em viagens de até 30 dias", noticiou o site de turismo brasileiro "Melhores Destinos", apontando a medida como um grande benefício para os turistas que desejam viajar para a China.
O relatório destacou que, embora o processo de solicitação de visto de turista para a China não fosse complicado antes, o tempo e o custo da solicitação ainda precisam ser considerados no planejamento do itinerário. " A expectativa é que o número de visitantes brasileiros à China aumente em 2025, especialmente com a implementação da isenção de visto."
A China Travel Service, em São Paulo, Brasil, atua no ramo de viagens para a China há bastante tempo. No ano passado, quase 1.000 brasileiros passaram pela agência de viagens para visitar a China.
"Recentemente, recebemos muitas consultas de clientes novos e antigos. Esperamos que o volume de viagens para a China este ano aumente em 15%", disse o responsável pela agência de viagens, acrescentando que a agência de viagens está formulando novos planos de viagem e rotas em resposta à política de isenção de vistos para promover o intercâmbio de pessoal entre os dois países.
"A China está se tornando um destino preferencial nas áreas de turismo, negócios e educação", disse Fabián Pizarro, chefe da coluna "Fenômeno China" da Rádio Cooperativa Chilena, destacando que a política de isenção de vistos oferece novas oportunidades para a indústria turística chilena. A indústria do turismo e os criadores de conteúdo da internet podem usar isso para construir uma ponte cultural, promover produtos turísticos temáticos e promover intercâmbios bilaterais.
Chen Xiuhua, chefe da Agência de Viagens China-Brasil no Rio de Janeiro, Brasil, afirmou que muitos brasileiros vão à China para participar de atividades comerciais, como feiras, e a viagem inteira geralmente leva 10 dias.
"Antes, muitas pessoas desistiam de suas viagens por medo de problemas ou por receio de que o prazo para solicitação de visto fosse curto. Acredito que, após a política de isenção de vistos, mais brasileiros irão à China para entender o mercado e encontrar oportunidades comerciais, o que ajudará a aprofundar a cooperação econômica e comercial entre China e Brasil", avaliou Chen.
"A política de isenção de vistos promoverá significativamente os laços comerciais entre a China e os países latino-americanos, especialmente os laços comerciais entre empresas e diferentes instituições", pondera Monica Ahumada, especialista em estudos da Ásia-Pacífico na Universidade de Santiago, Chile.
O Chile mantém uma cooperação estreita com a China nas áreas de energia e eletricidade, e a conveniência proporcionada pela política de isenção de vistos tem valor a longo prazo, enfatizou Ahumada.
“A política de isenção de vistos faz parte de uma série de ações voltadas a facilitar a mobilidade internacional e estimular a integração cultural com países do Sul Global, disse o porta-voz chinês Lin Jian ao portal Vermelha.
"Além de ampliar o fluxo de turistas e empresários, a medida poderá impulsionar os vínculos acadêmicos e institucionais entre China e América Latina, sobretudo em áreas estratégicas como energia, infraestrutura e inovação", avaliaram analistas brasileiros, segundo publicou a Rede Vermelha.
Milton Pomar, coordenador de cooperação institucional do Instituto China da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil, que estuda a China há muito tempo, afirmou que, no ano passado, China e Brasil começaram a emitir vistos de múltiplas entradas com duração de 10 anos entre si, e essa política de isenção de vistos facilita ainda mais o intercâmbio de pessoas.
Como testemunha ocular que visitou a China duas vezes no ano passado e permaneceu no país por 80 dias, ele sentiu profundamente a atitude da China de abrir os braços para receber amigos internacionais, em detalhes como placas em inglês nas principais cidades, métodos de pagamento acessíveis a estrangeiros e a atmosfera internacional de diversas exposições.
"Já se passaram 28 anos desde a minha primeira visita à China, e o país continua expandindo sua abertura. Acredito firmemente que a China será mais aberta e inclusiva no futuro", prevê ele.