Uma nova rota marítima direta para a China foi inaugurada no Porto do Pecém, no Estado do Ceará, no nordeste do Brasil, em abril de 2025, reduzindo em 30 dias o tempo de viagem das mercadorias entre os dois países. Como o mais movimentado terminal portuário da região nordeste, o rendimento anual do porto totalizou cerca de 20 milhões de toneladas.
Em comparação à rota anterior, que passava pelo Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, e pelo Porto de Santos, no sul do Brasil, essa nova rota liga diretamente os portos da China a Pecém, cruzando o Pacífico e atravessando o Canal do Panamá, reduzindo o tempo de viagem e os custos, afirmou Maximiliano Quintino, presidente do Complexo do Pecém.
Graças à inauguração dessa nova rota, o tempo de transporte de mercadorias do Estado do Ceará para a China foi reduzido em 14 dias, em média, e o volume de comércio entre a China e o nordeste do Brasil aumentou consideravelmente, disse Quintino.
O navio cargueiro Qingdao, da Mediterranean Shipping Company, atracou no Porto do Pecém, em 7 de abril, marcando o início das operações oficiais dessa rota e aumentando o número de rotas internacionais do porto de três para quatro.
André Magalhães, diretor comercial do Complexo do Pecém, informou que a movimentação de contêineres no porto cresceu 37% em termos anuais nos primeiros quatro meses deste ano devido à nova rota, batendo um recorde, e o rendimento total atingiu 6,667 milhões de toneladas de janeiro a abril, subindo 12,4% ante o mesmo período do ano passado.
Com escalas nos portos chineses de Yantian, Ningbo, Shanghai e Qingdao, a operação dessa rota é, sem dúvida, uma boa notícia para as empresas de logística brasileiras que importam cada vez mais produtos da China.
Ficamos muito satisfeitos com essa nova rota pelo Pacífico, que reduz o transbordo e evita possíveis atrasos causados por congestionamentos ou interrupções nos portos, observou Thiago Abreu, diretor executivo da CTI Fracht, acrescentando que a empresa de logística continuará utilizando a rota para expandir as importações e exportações no norte e nordeste do Brasil e aumentar a participação da indústria regional.
Agora, o Complexo do Pecém é composto por três grandes frentes: a Área Industrial, o Porto do Pecém e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Ceará, e se destacará com projetos de hidrogênio verde.
Segundo Quintino, a região nordeste do Brasil possui vantagens em novas energias e, até 2032, a produção de hidrogênio verde do complexo deverá atingir 1 milhão de toneladas por ano.
Quintino espera que as empresas chinesas participem da construção do porto no futuro, tornando a rota mais eficiente e oferecendo melhores serviços para a troca de mercadorias entre a China e o Brasil.