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Brasil defende fortalecimento do BRICS com "ambição renovada"

Fonte: Xinhua    05.06.2025 10h18

O governo brasileiro, que preside o BRICS este ano, defendeu nesta quarta-feira o fortalecimento institucional do bloco multilateral, em meio à crescente expansão e com a expectativa de que a próxima cúpula de líderes do grupo, marcada para 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro, represente um "ponto de inflexão e ambição renovada" para o grupo de países emergentes.

Em discurso no 11º Fórum Parlamentar do BRICS, realizado no Congresso Nacional Brasileiro, o presidente em exercício, vice-presidente Geraldo Alckmin, destacou a necessidade de maior coesão e eficácia no funcionamento do BRICS após sua recente expansão.

"A ampliação do grupo exige mais coesão e efetividade. Os desafios que enfrentamos, da saúde global à transição verde, do avanço tecnológico à segurança internacional, são complexos e interconectados. Nenhum país pode enfrentá-los sozinho. Por isso, o papel dos nossos parlamentos é decisivo", destacou.

Alckmin também destacou a diversidade cultural, histórica e do modelo de desenvolvimento dos países-membros como um ponto forte do grupo. "Isso é uma riqueza, não um obstáculo. O verdadeiro progresso vem da nossa capacidade de construir sobre o que nos une e não sobre o que nos separa", observou.

Representando o Ministério das Relações Exteriores, a secretária-geral do Itamaraty, a embaixadora Maria Laura da Rocha, destacou o empenho do governo à frente da presidência do BRICS em 2025, lembrando que, até o final de maio, foram realizadas 160 reuniões oficiais.

"Esse volume expressivo de atividades demonstra o grau de comprometimento do Brasil com uma presidência que seja substantiva, representativa e propositiva. Estamos agora a apenas quatro semanas da Cúpula de Líderes, que ocorrerá no Rio de Janeiro entre os dias 6 e 7 de julho. E seguimos trabalhando com dedicação e diligência para garantir que essa cúpula represente um momento de inflexão e ambição renovada", afirmou a embaixadora.

Um dos pilares estratégicos do BRICS sob a liderança brasileira é a reforma das organizações internacionais para garantir maior representatividade dos países da África, Ásia e América Latina, promovendo um multilateralismo mais inclusivo nas relações internacionais. Isso inclui o fortalecimento das instituições globais que permitem o desenvolvimento de soluções coletivas para os problemas compartilhados do mundo, em oposição a ações unilaterais ou bilaterais.

O grupo também defende o aumento do comércio entre os países do Sul Global por meio do uso de moedas locais, bem como o estabelecimento de acordos de cooperação visando o desenvolvimento econômico compartilhado e sustentável.

Inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS passou por uma expansão significativa. Em 2024, o bloco integrou formalmente cinco novos membros permanentes: Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. A Indonésia também foi adicionada como membro pleno em 2025.

Além disso, a categoria de países parceiros do BRICS foi inaugurada este ano, com a adição de nove nações: Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

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