Pessoas seguram cartazes na terça-feira durante um protesto na Universidade Harvard, em Boston, Massachusetts, em apoio a estudantes internacionais. O governo dos Estados Unidos cancelou quase US$ 3 bilhões em bolsas federais de pesquisa para Harvard e, na semana passada, decidiu revogar sua capacidade de matricular estudantes internacionais. (Foto: Rick Friedman/AFP)
Beijing instou Washington a proteger os interesses de estudantes internacionais em meio a relatos de que o governo dos Estados Unidos havia suspendido o agendamento de novas entrevistas para candidatos a visto de estudante.
"A China acredita que a cooperação educacional e o intercâmbio acadêmico não devem ser interrompidos", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, na quarta-feira.
Mao fez a observação, após a imprensa estrangeira noticiar que o governo dos EUA está considerando exigir que todos os estudantes estrangeiros que se candidatam a estudar nos EUA passem por uma verificação nas redes sociais e, em preparação para a verificação, está ordenando que as embaixadas e secções consulares dos EUA suspendam o agendamento de novas entrevistas para esses candidatos a visto.
A porta-voz afirmou que a China está acompanhando o desenvolvimento atual, que ocorre dias após o governo americano revogar a permissão da Universidade Harvard para matricular estudantes internacionais. A revogação foi temporariamente bloqueada por uma ordem judicial.
"Instamos os EUA a proteger os direitos e interesses legais e legítimos de todos os estudantes internacionais, incluindo os da China", acrescentou Mao.
Em entrevista ao China Media Group, na quarta-feira, um funcionário da embaixada dos EUA em Beijing afirmou que a embaixada não recebeu informações relevantes e que os pedidos de visto e as entrevistas estão ocorrendo normalmente.
Um estudante chinês de 20 anos, que está cursando ciência da computação em uma universidade americana, disse que a medida relatada não afetará seus estudos nos EUA, pois ele já possui um visto de estudante de longa duração.
No entanto, aqueles que atualmente estão se candidatando a cursos em universidades americanas podem se sentir ansiosos com a mudança, disse ele, acrescentando que os EUA não são tão receptivos a estudantes internacionais como costumavam ser.
De acordo com um relatório divulgado na sexta-feira pelo New Oriental Education and Technology Group, uma empresa de educação da China, os EUA são o segundo país mais popular para estudantes chineses que pretendem estudar no exterior há seis anos consecutivos.
No entanto, o governo americano intensificou a repressão aos estudantes internacionais este ano, inclusive cancelando abruptamente seu estatuto legal.