O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, disse na terça-feira que o surto de gripe aviária na cidade de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul, está "contido" e garantiu que a população pode continuar consumindo frango e ovos "tranquilamente".
Em audiência na Comissão de Agricultura do Senado, o ministro abordou o caso da gripe aviária que levou à suspensão de compras de frango brasileiro em dezenas de países.
"Embora estejamos no quinto dia útil após a desinfecção completa da fazenda e 15 dias após o início do surto, posso dizer com segurança que o surto em Montenegro está contido", afirmou.
Ele também observou que, dada a rápida disseminação e letalidade do vírus, novos casos podem aparecer em quatro ou cinco dias, mas nenhum foi relatado.
Sobre a confirmação em aves de um zoológico em Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, e em aves ornamentais em Mateus Leme, em Minas Gerais, o ministro disse que se trata de casos "naturais".
O primeiro caso foi relatado em uma granja comercial no município de Montenegro, em uma propriedade que abrigava 17.000 aves, algumas das quais morreram e as demais (quase 12.000) foram sacrificadas para evitar a propagação do H5N1.
Segundo Fávaro, 63 países já restringiram de alguma forma a compra de aves do Brasil, seja por meio de embargos estaduais, nacionais ou apenas embargos em um raio de 10 quilômetros do foco inicial.
O Ministério da Agricultura continua investigando 11 casos suspeitos. Uma fazenda em Anta Gorda, no Rio Grande do Sul, é a única operação comercial com caso confirmado, segundo o ministro.
"Tínhamos até 25 casos sob investigação, e isso não é motivo de preocupação", observou.
Vinte e oito dias após as suspeitas serem retiradas e as fazendas serem desinfectadas, o Brasil pode se declarar livre do vírus, retomando automaticamente o comércio internacional. O prazo é o necessário para solicitar a retomada das exportações conforme protocolos internacionais.