O Brasil condenou nesta quarta-feira as alegações do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de que ele quer controlar a Faixa de Gaza, alertando que causar fome entre o povo palestino ao bloquear a ajuda humanitária é um crime de guerra.
"O governo brasileiro condena, da forma mais veemente possível, o lançamento de uma nova ofensiva israelense na Faixa de Gaza, com a intensificação dos bombardeios aéreos e a expansão das operações terrestres", destacou o Itamaraty (Chancelaria) em nota.
O ministério observou que, nos últimos dias, essas ações "causaram a morte de mais de 300 palestinos, incluindo mulheres e crianças, e forçaram o deslocamento de mais de 60.000 pessoas" e lamentou a declaração de Netanyahu de que Israel "assumirá o controle" de toda a Faixa de Gaza.
"O Brasil reitera que qualquer tentativa de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas do direito internacional. O Brasil também reafirma que a única solução legítima e duradoura para o conflito reside na implementação definitiva da solução de dois Estados", acrescentou o comunicado.
Da mesma forma, o Brasil alertou que a "Faixa de Gaza também enfrenta um risco iminente de fome generalizada" após um bloqueio de fornecimento de alimentos pelo exército israelense por mais de dois meses.
"O Brasil expressa sua profunda preocupação com a intenção anunciada por Israel de permitir a entrada de uma quantidade mínima de alimentos e medicamentos em Gaza, lembrando que o uso da fome como método constitui um crime de guerra", denunciou.