Uma nova “febre chinesa” está surgindo ao redor do mundo, centrada no consumo cultural e turístico. Diferente do investimento industrial ou da construção de fábricas na China, essa nova onda está entrando no campo de visão de um público muito mais amplo — as pessoas comuns no exterior.
Recentemente, duas notícias se tornaram destaque nas redes sociais, dentro e fora da China.
A primeira é sobre companhias aéreas estrangeiras enfrentando uma explosão no número de turistas indo à China. Com o turismo chinês em alta, o número de voos internacionais disparou, e as companhias aéreas estrangeiras têm aumentado suas rotas para responder à demanda.
Os dados confirmam isso: durante o feriado de 1º de maio deste ano, 1,115 milhão de estrangeiros entraram e saíram da China, um aumento de 43,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros quatro meses do ano, companhias aéreas chinesas e estrangeiras realizaram uma média semanal de 6.428 voos internacionais, um aumento de 25,4% em relação ao ano anterior.
A China também adicionou vários novos países à sua lista de destinos com conexão direta, e agora turistas de 79 países podem viajar para lá sem complicações.
A segunda notícia que viralizou nas redes sociais internacionais é uma dica que se espalhou amplamente: “Leve uma mala vazia para a China!”. Ao mesmo tempo em que o turismo no país aquece, do Mercado da Seda(Xiushui) em Beijing à Huaqiangbei em Shenzhen, da cidade comercial internacional de Yiwu às lojas duty-free em Hainan, cada vez mais turistas estrangeiros estão indo à China com o objetivo de fazer compras.
Alguns consumidores do exterior chegam até a formar “grupos de compras por encomenda”, viajando especialmente para comprar produtos na China. Há até influenciadores estrangeiros pedindo a seguidores que façam compras para eles na China.
De “viajar para a China” a “comprar na China”, o fluxo turístico está se convertendo em consumo efetivo. Essa nova “febre chinesa” tem um foco no turismo e no consumo cultural, e vem chamando a atenção de pessoas comuns ao redor do mundo.
Porquê essa febre pela China? Uma das razões principais são as políticas de abertura adotadas pelo país nos últimos anos.
No dia 13 de maio, durante a cerimônia de abertura da 4ª Reunião Ministerial do Fórum China-CELAC, a China anunciou que concederá isenções de visto para cinco países da América Latina e do Caribe, e que pretende expandir essa política para outros países da região no momento oportuno.
A ampliação contínua da política de abertura da China, as melhorias na política de isenção de visto de trânsito e a expansão do “círculo de amigos” isentos de visto têm facilitado ainda mais as visitas de estrangeiros ao país.
Isso não só aumentou o volume de turistas, como também trouxe uma primeira onda de consumo com a “moda de comprar na China”.
Para atrair ainda mais turistas estrangeiros e incentivar as compras no país, a China tem reforçado sua política de reembolso de impostos. No dia 26 de abril, o Ministério do Comércio e outros seis órgãos anunciaram novas medidas: o valor mínimo para ter direito a reembolso caiu de 500 para 200 yuans, e o limite para reembolso em dinheiro subiu significativamente de 10 mil para 20 mil yuans.
Além disso, o serviço “comprou, reembolsou” será expandido para todo o país. Essas medidas melhoram significativamente a experiência de compras dos turistas internacionais e aumentam sua disposição para consumir.
Outro fator essencial para essa nova “febre chinesa” é o apelo global do “Made in China”.
O “Made in China” está se transformando em “Criado na China”, com qualidade e inovação se tornando os principais diferenciais. Nos últimos anos, as listas de compras dos turistas estrangeiros vêm se diversificando: de roupas e alimentos a celulares e tradutores eletrônicos, de eletrodomésticos inteligentes a itens de uso pessoal.
Os produtos chineses conquistaram os consumidores globais com sua inovação e excelente custo-benefício. Essa nova onda de turismo e consumo também traz outra mudança: com a integração entre cultura e turismo, a cultura chinesa vem atraindo cada vez mais atenção dos estrangeiros.
Roupas tradicionais chinesas, leques bordados à mão, jogos de chá em porcelana azul e branca — produtos com forte identidade cultural — estão enchendo as malas dos turistas.
Num mundo em que a globalização enfrenta ventos contrários, a China está escrevendo um novo capítulo de abertura e benefício mútuo — conectando o mundo com o lema “viaje pela China, compre na China”. Esta é uma oportunidade para a China, mas também uma oportunidade para o mundo.