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Número de nascimentos no Brasil cai para menor nível desde 1976

Fonte: Xinhua    19.05.2025 08h24

O Brasil registrou o menor número de nascimentos em 2023 desde o início do registro sistemático em 1976, com um total de 2.518.039, uma redução de 0,8% em comparação a 2022 e a quinta queda anual consecutiva, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Para contextualizar, em 1976 foram registrados 2.468.667 nascimentos e em 1977, 2.566.020. No entanto, o IBGE alerta que os dados da década de 1970 podem estar subestimados devido à maior subnotificação de nascimentos no período.

A pesquisadora do IBGE Klivia Brayner explicou que a queda de nascimentos no Brasil é um fenômeno multifatorial. "As pessoas estão tendo cada vez menos filhos. Quando analisamos o Censo e outras pesquisas, vemos que a população está crescendo a um ritmo cada vez mais lento. Percebe-se que as mulheres estão adiando a decisão de ter filhos", indicou.

Outros dados divulgados pelo IBGE reforçam essa tendência de transformação demográfica. Em 2023, 39% das mães tinham mais de 30 anos no momento do parto, em comparação com 23,9% em 2003. Enquanto isso, o número de mães adolescentes caiu significativamente: de 20,9% em 2003 para 11,8% em 2023.

Contudo, diferenças regionais marcantes persistem. No norte do país, 18,7% dos nascimentos são de mães menores de 19 anos. O estado do Acre lidera nesse quesito, com 21,4%, seguido pelo Amazonas, com 20,5%.

Em contrapartida, o Distrito Federal tem a maior proporção de mães com 30 anos ou mais: 49,4%. Seguem Rio Grande do Sul e São Paulo, ambos com 44,3%.

De acordo com projeções do IBGE, a população do Brasil começará a declinar a partir de 2042. Atualmente estimada em 203 milhões, espera-se que atinja o pico de 220 milhões em 2041 e então inicie uma trajetória de queda, chegando a 199,2 milhões em 2070.

Contrariando a tendência nacional, a região Centro-Oeste foi a única região do país a registrar um aumento nos nascimentos em 2023, com um aumento de 1,1%. Foi também a única região onde os casamentos civis aumentaram.

O estudo revela ainda que muitas mulheres precisam se deslocar para outros municípios para dar à luz devido à falta de infraestrutura hospitalar em suas áreas de residência.

Em cidades com mais de 500 mil habitantes, 10,2% dos nascimentos ocorreram em unidades de saúde localizadas fora do município de residência da mãe. Em alguns casos, essa porcentagem ultrapassa 70%.

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