O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou na terça-feira o lançamento de cinco programas para promover o desenvolvimento e a revitalização compartilhados com os países da América Latina e do Caribe (ALC).
Os cinco programas, que vão desde solidariedade, desenvolvimento e civilização até paz e conectividade entre povos, foram anunciados por Xi ao proferir um discurso na cerimônia de abertura da quarta reunião ministerial do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) em Beijing.
Em 2015, Xi e os representantes da ALC participaram da cerimônia de abertura da primeira reunião ministerial do Fórum China-CELAC em Beijing, que marcou o lançamento do fórum.
Sobre o Programa de Solidariedade, Xi disse que a China está disposta a fortalecer a solidariedade com os países da ALC e continuar a apoiar mutuamente em questões relativas aos respectivos interesses vitais e grandes preocupações, para salvaguardar firmemente o sistema internacional centrado na ONU e a ordem internacional alicerçada no direito internacional, e para emitir uma voz só nos assuntos internacionais e regionais.
Nos próximos três anos, a China convidará 300 membros de partidos políticos dos Estados-membros da CELAC todos os anos para visitar a China para facilitar os intercâmbios sobre as melhores práticas de governança nacional, disse Xi.
Sobre o Programa de Desenvolvimento, a China está disposta a trabalhar com os países da ALC para implementar a Iniciativa de Desenvolvimento Global, defender resolutamente o sistema de comércio multilateral, garantir cadeias produtivas e de suprimentos globais estáveis e desimpedidas e promover um ambiente internacional de abertura e cooperação, disse Xi.
Observando que os dois lados devem reforçar sinergias entre suas estratégias de desenvolvimento e ampliar a cooperação Cinturão e Rota de alta qualidade, Xi disse que a China importará mais produtos de qualidade dos países da ALC e encorajará as empresas chinesas a aumentar o investimento na região.
Sobre o Programa de Civilização, Xi pediu a implementação conjunta da Iniciativa de Civilização Global. Ele disse que ambos os lados devem defender a visão de igualdade, aprendizagem mútua, diálogo e inclusividade entre diferentes civilizações, preconizar os valores comuns da humanidade - paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade, e aprofundar os intercâmbios civilizacionais China-ALC e a aprendizagem mútua, inclusive por meio de uma conferência sobre o diálogo intercivilizacional China-ALC.
Sobre o Programa de Paz, Xi pediu a implementação conjunta da Iniciativa de Segurança Global. Ele disse que ambos os lados devem cooperar mais estreitamente em gestão de desastres, segurança cibernética, lutas contra o terrorismo e a corrupção, controle de narcóticos e combate ao crime organizado transnacional, com vistas a manter a segurança e a estabilidade regionais.
Sobre o Programa de Conectividade entre Povos, Xi disse que nos próximos três anos, a China fornecerá aos Estados-membros da CELAC 3.500 bolsas de estudo governamentais, 10 mil vagas de formação na China, 500 Bolsas de Estudo para Professores Internacionais da Língua Chinesa, 300 vagas de formação para profissionais de redução da pobreza e 1.000 oportunidades financiadas no âmbito do programa Chinese Bridge, iniciará 300 projetos do bem-estar "pequenos e bonitos" e apoiará os Estados-membros da CELAC no desenvolvimento da educação da língua chinesa.
A China decidiu isentar o visto dos visitantes para o primeiro lote de cinco países da ALC, e ampliar, em tempo oportuno, a abrangência da isenção de vistos para mais países da região, disse Xi.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia e presidente rotativo da CELAC, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Chile, Gabriel Boric, e Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e ex-presidente do Brasil, discursaram no evento, respectivamente.
O representante especial de Yamandu Orsi, presidente do Uruguai e próximo presidente rotativo da CELAC, leu a carta de felicitações do presidente.
Diante de um mundo cheio de incertezas, os países da ALC e a China devem trabalhar juntos para promover novos progressos contínuos na construção de uma comunidade com um futuro compartilhado, disseram.
Ambos os lados devem respeitar um ao outro e apoiar-se firmemente na salvaguarda da soberania e na escolha de seus próprios caminhos de desenvolvimento, disseram, pedindo o fortalecimento da sinergia entre as estratégias de desenvolvimento dos países da ALC e a Iniciativa Cinturão e Rota, e a promoção da cooperação em comércio, investimento, infraestrutura, agricultura, ciência e tecnologia, novas energias e educação.
Os dois lados também devem promover intercâmbios e diálogos entre civilizações, salvaguardar a autoridade da ONU, apoiar o multilateralismo e o livre comércio e se opor ao unilateralismo, protecionismo, política de poder e intimidação para salvaguardar os interesses comuns do Sul Global, acrescentaram.
