A China instou os Estados Unidos a removerem completamente todas as tarifas unilaterais impostas aos seus exportadores, enfatizando que uma resolução genuína só pode ser alcançada por meio de um diálogo igualitário e construtivo, afirmou o Ministério do Comércio, na quinta-feira.
As declarações do ministério foram feitas em resposta a algumas reportagens da mídia estrangeira de que o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou recentemente que uma "guerra comercial com a China é insustentável" e que as tensões devem diminuir em um futuro próximo.
Em uma coletiva de imprensa semanal em Beijing, He Yadong, porta-voz do Ministério do Comércio, afirmou que a imposição arbitrária de tarifas pelos EUA viola princípios econômicos fundamentais e regras de mercado.
Em vez de abordar seus próprios desafios, essas medidas perturbam gravemente a ordem econômica e comercial internacional, prejudicam as operações comerciais normais e afetam negativamente a subsistência das pessoas e a confiança do consumidor, afirmou He.
A autoridade do ministério afirmou que tais ações geraram forte oposição tanto internacionalmente quanto dentro dos EUA. Como os EUA iniciaram unilateralmente os aumentos de tarifas, deveriam ouvir as vozes racionais a nível doméstico e internacional.
Ressoando tais sentimentos, Zhou Mi, pesquisador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, com sede em Beijing, afirmou que os aumentos de tarifas dos EUA não apenas abalam a confiança no sistema econômico e comercial internacional, como também corroem a confiança global nos EUA.
Zhou afirmou que a competição e a cooperação entre a China e os EUA em setores industriais relevantes podem acelerar notavelmente o ritmo da inovação e do desenvolvimento, beneficiando também os consumidores em todo o mundo.
"Por exemplo, a sinergia entre o avanço tecnológico e a expansão do mercado elevou rapidamente os veículos de nova energia a um setor de destaque na manufatura global, impulsionando a comercialização acelerada de produtos e serviços relacionados, como direção autônoma, baterias avançadas e sistemas de conectividade veicular", acrescentou.
Em meio à imposição indiscriminada de tarifas por Washington a diversos países, Ling Ji, vice-ministro do Comércio, convocou uma mesa redonda com executivos de empresas estrangeiras na quarta-feira para discutir o impacto dos aumentos de tarifas dos EUA em suas operações e investimentos na China.
Em um comunicado separado divulgado na quinta-feira, o Ministério do Comércio afirmou que Ling, que também é representante adjunto de comércio internacional da China, reafirmou o compromisso da China com uma maior abertura e instou as corporações multinacionais a se unirem na oposição ao unilateralismo e ao protecionismo.
"A China continuará buscando uma abertura de alto padrão, salvaguardando os direitos e interesses legítimos das empresas estrangeiras e tomando medidas mais proativas para apoiá-las na superação de dificuldades operacionais", acrescentou.
De acordo com uma pesquisa divulgada no início desta semana pela Câmara de Comércio Alemã na China, cerca de 38% das empresas alemãs estão acelerando seus planos de localização na China como uma resposta fundamental aos aumentos de tarifas dos EUA. No setor automotivo, esse número sobe para 48%.