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Presidente brasileiro pede que todos os países apresentem metas climáticas ambiciosas

Fonte: Xinhua    24.04.2025 14h49

Em discurso na Cúpula Virtual sobre Ambição Climática, realizada nesta quarta-feira, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu que todos os países apresentem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), metas de redução de emissões de carbono para 2035.

A cúpula virtual foi convocada em conjunto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, com a participação de vários líderes mundiais, antes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), programada para novembro na cidade amazônica de Belém do Pará.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, explicou que o objetivo da reunião virtual foi incentivar os países a apresentarem seus objetivos, já que o cronograma está atrasado.

"Precisamos assegurar que o multilateralismo e a cooperação internacional sigam como a pedra angular da resposta global às mudança do clima", enfatizou Lula em seu discurso.

"Apesar das investidas contra o Acordo de Paris, foi graças a ele que revertemos as projeções mais pessimistas de elevação da temperatura, que previam aumento de quatro graus até o fim do século", acrescentou.

O presidente brasileiro lembrou que o Brasil apresentou sua NDC na COP29 em Baku, com a meta de reduzir as emissões entre 59% e 67% até 2035, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia.

"O planeta está farto de promessas quebradas. Este ano, todos os países devem apresentar suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou NDCs, com metas de redução de emissões de carbono para 2035", enfatizou.

"Os países ricos, que mais se beneficiaram da economia baseada em carbono, devem assumir suas responsabilidades. Está em suas mãos promover as metas de neutralidade climática e expandir o financiamento para a meta de US$ 1,3 trilhão", acrescentou.

Lula fez um apelo especial por apoio a quatro iniciativas propostas pelo governo brasileiro que devem abrir caminho para a COP30 nos próximos meses.

O primeiro é um esforço chamado Equilíbrio Ético Global, por meio do qual o Brasil e a ONU reunirão jovens e líderes religiosos, artistas, povos indígenas, cientistas e formuladores de políticas em torno de um novo pacto com o planeta.

A segunda é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada por Lula no G20 de 2024. Juntamente com a FAO, foi desenvolvido um guia para a inclusão de políticas sociais e a transformação dos sistemas alimentares nas NDCs.

A terceira é a Iniciativa Global de Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas, em colaboração com a UNESCO, cujo objetivo é promover a ciência e combater a desinformação.

Por fim, lembrou, há o Rainforest Forever Fund (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), que será lançado na COP30 e vai remunerar países em desenvolvimento que preservam suas florestas.

"Esta cúpula representa o início de um amplo movimento rumo à COP30. No ano em que celebramos o 80º aniversário das Nações Unidas, convido a todos para um diálogo franco, aberto e genuíno sobre o que é preciso fazer para avançar na luta contra a mudança do clima", concluiu Lula.

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