Português>>Mundo

Brasil aprova a primeira vacina contra chikungunya

Fonte: Xinhua    15.04.2025 13h28

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou nesta segunda-feira o registro final da vacina contra chikungunya, resultado de pesquisa do Instituto Butantan com o laboratório farmacêutico franco-austríaco Valneva, informaram fontes oficiais.

Em nota, o Instituto Butantan, com sede em São Paulo, maior fabricante público de vacinas da América Latina, informou que a vacina foi aprovada pela ANVISA após ser avaliada nos Estados Unidos.

A febre chikungunya é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, o mesmo que transmite a dengue e o zika. Os países mais afetados são Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia.

No Brasil, ao longo de 2024, foram registrados 267 mil casos prováveis da doença e pelo menos 213 mortes, segundo o Ministério da Saúde.

"Com o parecer favorável do órgão regulador, a vacina está autorizada para uso no país pela população acima de 18 anos", diz o comunicado do Instituto Butantan, entidade pública brasileira administrada pelo governo do estado de São Paulo.

A vacina foi avaliada nos Estados Unidos em 4.000 voluntários com idades entre 18 e 65 anos e mostrou um bom perfil de segurança e alta imunogenicidade: 98,9% dos participantes do ensaio clínico produziram anticorpos neutralizantes, com níveis que permaneceram robustos por pelo menos seis meses.

Os resultados desses testes foram publicados no periódico científico The Lancet em junho de 2023 e submetidos ao órgão regulador de alimentos e medicamentos do governo federal brasileiro.

A vacina contra chikungunya já recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) da União Europeia.

É a primeira vacina autorizada contra esta doença, que pode causar dores crônicas nas articulações e afetou 620.000 pessoas no mundo todo somente em 2024.

A partir de agora, a vacina depende da decisão de incorporação ao sistema público de saúde pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC), do Ministério da Saúde.

"Uma vez aprovada pela CONITEC, a vacina poderá ser administrada estrategicamente. No caso da chikungunya, o plano do Ministério poderia ser vacinar primeiro moradores de regiões endêmicas, ou seja, aquelas com maior número de casos", disse Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, em nota.

Segundo o comunicado, a vacina contra chikungunya do Butantan e da Valneva é um exemplo inovador no mundo, pois é a primeira a ser aprovada inicialmente com base em dados de produção de anticorpos.

comentários

  • Usuário:
  • Comentar: