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BRICS discute medidas para fortalecer cooperação em segurança cibernética e TICs

Fonte: Xinhua    14.04.2025 08h38

Os países do BRICS discutiram medidas para fortalecer a colaboração em segurança cibernética e tecnologia da informação (TIC) durante a 11ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre o tema, realizada presencialmente por dois dias em Brasília, informou a presidência brasileira nesta sexta-feira.

A reunião destacou a importância de uma resposta conjunta aos desafios digitais, com propostas concretas para aumentar a proteção contra ameaças cibernéticas e reduzir a desigualdade tecnológica entre as nações.

O embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, secretário de Assuntos Políticos Multilaterais do Brasil, afirmou que o BRICS tem um papel estratégico a desempenhar na construção de um ambiente digital mais seguro e inclusivo.

"Os avanços tecnológicos, juntamente com a proliferação de vulnerabilidades, apresentam desafios para todas as nações, especialmente os países em desenvolvimento", disse ele.

Entre as medidas discutidas estão o desenvolvimento de um memorando de entendimento entre os centros de resposta a incidentes cibernéticos dos países-membros, a promoção de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias seguras e a criação de canais de comunicação diretos entre agências de segurança pública para combater crimes digitais.

"Não queremos apenas declarações, mas resultados operacionais que facilitem a comunicação imediata em situações de crise. Por isso, acredito ser muito positivo poder estabelecer essa cooperação aqui, dentro do BRICS", afirmou o embaixador Cozendey.

O Brasil, que atualmente preside o grupo, também propôs expandir o debate para fóruns globais, como a Assembleia Geral da ONU, com o objetivo de estabelecer padrões internacionais para o uso pacífico e seguro das TICs.

Com o aumento dos ataques cibernéticos e a crescente dependência de sistemas digitais, a unidade do BRICS nessa agenda é cada vez mais relevante, reforçando o grupo como um ator fundamental na definição do futuro da segurança tecnológica global.

A cooperação em investigações criminais também foi um dos destaques do encontro. Priscila Busnello, delegada da Polícia Federal brasileira responsável pela cooperação internacional em crimes cibernéticos, explicou que crimes digitais geralmente envolvem múltiplas jurisdições.

"Um golpe pode ser aplicado no Brasil, ter vítimas na Europa e servidores em outros continentes. Sem uma cooperação rápida, é quase impossível rastrear os criminosos", afirmou. A discussão para formalizar um memorando de entendimento entre os países do BRICS facilita a troca de informações e o apoio jurídico mútuo.

Representantes dos países expressaram sua confiança no potencial do BRICS para influenciar a governança global da Internet.

O encontro reforçou o compromisso do grupo em promover inovação tecnológica conjunta e maior influência na governança digital internacional, reduzindo assimetrias por meio de arranjos operacionais, como a criação de canais de comunicação direta e parcerias para capacitação e intercâmbio de tecnologia.

Com a expansão do ano passado, o BRICS agora tem 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.

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