Robô humanoide "Tiangong", no Beijng World of Robots em Beijing, capital da China, em 24 de fevereiro de 2025. (Ju Huanzong/Xinhua)
A primeira plataforma universal de inteligência artificial (IA) corpórea do mundo, capaz de suportar vários tipos de corpos e cenários, foi lançada em Beijing na quarta-feira. Antevê-se que a inovação acelere a integração de tecnologias inteligentes no mundo real e o desenvolvimento da robótica, direção autônoma e a interação homem-máquina.
A plataforma, apelidada de "Huisi Kaiwu", foi desenvolvida pelo Beijing Innovation Center of Humanoid Robots, por sua vez estabelecido em conjunto pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (MIIT), o Governo Municipal de Beijing, bem como empresas e instituições de pesquisa no setor de robótica.
A IA corpórea integra a IA em corpos físicos, como robôs, para permitir que eles percebam, aprendam e interajam de forma dinâmica, como os seres humanos, com o meio ambiente.
Com base na computação e no raciocínio lógico, o robô pode aprender, adaptar e concluir tarefas continuamente, através da percepção, ação e feedback ambiental, melhorando, assim, a autonomia e a aplicação prática no mundo real.
Além de robôs humanoides, outros hardwares com capacidades interativas, como veículos autônomos e aderessos de vestuário inteligentes, podem também servir de formatos de IA corpórea.
De acordo com Tang Jian, diretor técnico do centro, é vital para um robô humanoide ter um "cérebro" - o componente capaz de efetuar interação natural, percepção espacial, compreensão de intenções, planejamento hierárquico e reflexão de erros.
Igualmente importante é um "cerebelo" que possa realizar funções como agarrar, aprender novas habilidades e lidar com erros. Esse componente é responsável por tarefas como controle motor, colaboração bimanual, caminhada estável e navegação móvel.
O robô pode primeiramente ter suas tarefas planejadas pelo "cérebro", e então ordenar que o "cerebelo" execute ações específicas, passando o feedback de execução de volta para o "cérebro", formando um loop de tarefas para concluir a tomada de decisão autônoma e a execução de movimentos em ambientes complexos.
Xiong Youjun, gerente geral do centro, disse que a IA corpórea ainda está em sua infância. A indústria precisa de uma plataforma inteligente universal que seja compatível com diferentes tipos de corpo e cenários e possa executar tarefas gerais.
Em um evento de lançamento na quarta-feira, a plataforma demonstrou operações de máquinas reais em quatro cenários: classificação industrial, construção de blocos, limpeza de mesas e embalagem logística. Por meio de vários meios, como interação de voz e conexão direta por meio de um APP, os usuários podem interagir facilmente com os robôs.
Por exemplo, na tarefa de classificação industrial, o operador se conectou diretamente por meio do APP HuiSi KaiWu, enquanto os braços robóticos interpretaram com precisão os comandos de voz e concluíram a operação de classificação por meio da colaboração bimanual.
Tang disse que o modelo "APP mais robô" reúne recursos técnicos complexos, como raciocínio, planejamento e invocação de habilidades em procedimentos simples, reduzindo o limite para os usuários. Enquanto isso, a plataforma oferece suporte à rápida adição de modelos e habilidades personalizados, os quais podem atender com flexibilidade às necessidades de diferentes cenários e fornecer soluções convenientes, eficientes e inteligentes para automação industrial.
O desenvolvimento da IA corpórea esteve em destaque no relatório de trabalho do governo deste ano.
Os planos do MIIT divulgados anteriormente indicam que a China pretende estabelecer um sistema de inovação preliminar para robôs humanoides até 2025, com planos de ter um sistema industrial e de cadeia de suprimentos seguro e confiável até 2027, quando os produtos relacionados forem profundamente integrados à economia real.
