A Rússia é "a favor" do plano de cessar-fogo de 30 dias proposto pelos Estados Unidos e Ucrânia, mas há nuances, afirmou o presidente russo Vladimir Putin na quinta-feira (13).
"Concordamos com as propostas para interromper as hostilidades, mas partimos do fato de que essa cessação deve levar à paz de longo prazo e eliminar as causas originais desta crise", disse Putin numa entrevista coletiva com o presidente bielorrusso visitante Alexander Lukashenko.
Putin observou a dificuldade em monitorar as violações do cessar-fogo ao longo da linha de contato de 2.000km do conflito e levantou a questão de que a Ucrânia pode usar o cessar-fogo temporário para mobilização e fornecimento de armas.
Ele mencionou a nuance em relação à região de Kursk, onde as forças russas têm repelido as forças ucranianas após seu ataque surpresa na fronteira em agosto de 2024.
"Quanto à situação no terreno..., ela está mudando rapidamente", observou Putin, apontando a recaptura das forças russas da cidade-chave de Sudzha em Kursk na quinta-feira. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, informou mais cedo no dia que a operação russa em Kursk havia entrado em seu estágio final.
Putin disse que pode ligar para Trump para discutir as questões.
A Rússia negociará os próximos passos para encerrar o conflito e chegar a acordos aceitáveis com base na situação "no terreno", explicou o presidente.
A Ucrânia sinalizou na terça-feira (11) sua prontidão para aceitar uma proposta dos EUA para um "cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias" após conversas com uma delegação dos EUA em Jeddah, de acordo com sua declaração conjunta.
A declaração também informou que a trégua pode ser estendida por acordo mútuo, acrescentando que "os Estados Unidos comunicarão à Rússia que a reciprocidade russa é a chave para alcançar a paz".