Às 15h da tarde, o sol brilha intensamente sobre o vibrante campo verde do clube chinês de futebol Guangxi Pingguo Haliao. Sob a orientação da equipe de treinadores brasileiros, os jogadores estão se preparando para a próxima partida, com mistura de paixão e suor em uma verdadeira celebração ao futebol.
Desde julho, André Luiz Alves Santos e sua equipe de treinadores assumiram oficialmente o comando do time. Sua chegada não apenas trouxe novas ideias táticas, mas também infundiu uma vibrante essência do futebol brasileiro.
André já tinha chegado à China em 2003 para defender o Qingdao Jonoon. Ao refletir sobre a transição de jogador para treinador principal, ele observou que a experiência é bastante diferente, especialmente considerando os grandes avanços que a China teve nos últimos anos.
O treinador tem de comandar cerca de 30 jogadores, o que torna tudo um pouco mais desafiador e delicado, segundo ele. "Cada jogador tem suas próprias características, e buscamos orientá-los da melhor maneira possível, para que possam render ao máximo em campo", explicou.
Após ter viajado várias cidades chinesas para o campeonato, ele testemunhou que a atmosfera do futebol na China se mantém animada. "A torcida que comparece é muito empolgante, ficamos vibrando com todos os jogadores", disse André, acrescentando que o estádio do seu time está sempre cheio, e a cidade é apaixonada por futebol.
Durante os treinos, André compartilha suas estratégias de ataque com entusiasmo, apontando para diferentes áreas enquanto os jogadores observam atentamente. Os outros treinadores, incluindo seu filho Raphael Gaspar, assistente técnico, circulam pela beira do campo, oferecendo feedback individual e ajustando posturas e posicionamentos.
Embora com um desafio inicial, os jogadores chineses entenderam e estão abraçando gradualmente a filosofia do Brasil, disse Raphael, que está se adaptando pouco a pouco ao seu trabalho na China.
Giovanny Bariani Marques, atacante que chegou ao clube nesta temporada, se ajustou rapidamente e já tem marcado gols decisivos em momentos críticos. "Todos os chineses me receberam muito bem aqui. Eles conversam comigo, brincam, às vezes com umas palavras em chinês ou inglês, até em português eles tentam", disse ele.
Apesar das barreiras linguísticas, essa diversidade não impede a integração da equipe. "A língua do futebol é uma só. É apenas preciso ensinar ou mostrar táticas tanto no papel quanto em vídeo, para que eles assimilem facilmente e consigam executar o que pedimos", afirmou André.
Essa conexão entre China e Brasil vai além das quatro linhas do campo. O futebol se torna um poderoso elo que une culturas distintas. As amizades florescem visivelmente nos sorrisos e nas interações descontraídas entre os jogadores e treinadores, onde brincadeiras e risadas quebram barreiras.
Dentro desse contexto de intercâmbio cultural, Nilson Peyres Pizzo, treinador de goleiros, mencionou que no início de sua carreira, a China já tinha enviado jogadores para o Brasil, e que assim como a China possui qualidades no tênis de mesa que pode ensinar, o Brasil também tem muito a compartilhar sobre futebol. Ele enfatizou que essa troca entre os dois países é fundamental para a aprendizagem mútua.
Apesar de a temporada estar chegando ao fim, sob o sol radiante, a história do futebol entre os dois países continua a se desenrolar. O futebol se transforma em uma ponte entre os dois países, cimentada pela alegria e paixão pelo esporte que unem os povos.