O presidente chinês Xi Jinping é recebido pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva antes do início da 19ª Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, Brasil, 18 de novembro de 2024.(Foto: Li Xueren. Xinhua)
O presidente Xi Jinping chegou ao Rio de Janeiro no domingo, dando início a uma viagem de cinco dias ao Brasil, que deverá inaugurar os próximos "50 anos dourados" das relações bilaterais.
Xi, após encerrar uma viagem ao Peru, deverá participar da 19ª Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e fazer uma visita de Estado à nação sul-americana.
Em uma declaração por escrito, entregue em sua chegada ao aeroporto, Xi disse que o relacionamento China-Brasil atravessa atualmente um momento histórico crucial, dado que as duas nações celebraram o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas este ano.
"Fiz quatro visitas ao Brasil e testemunhei o desenvolvimento e as mudanças na nação nos últimos 30 anos", afirmou na declaração, acrescentando que pisar esta terra hospitaleira novamente o faz "sentir-se particularmente caloroso".
A China e o Brasil são bons amigos e bons parceiros que pensam da mesma forma, disse Xi. As duas nações, embora separadas por vastos oceanos, são atraídas uma pela outra, acrescentou.
Xi disse que espera se envolver em uma troca de opiniões aprofundada com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sobre o fortalecimento dos laços bilaterais, a sinergia das estratégias de desenvolvimento dos dois países, e sobre questões internacionais e regionais de interesse e preocupação mútuos.
Lula disse em uma entrevista recente à China Central Television que o Brasil e a China compartilham muitas ideias comuns, e que tanto Xi quanto ele estão comprometidos em construir um mundo mais justo.
Ao estabelecer uma parceria estratégica profunda, o Brasil e a China podem contribuir para o desenvolvimento de ambas as partes, ao mesmo tempo em que promovem o progresso global, disse Lula.
Na declaração, Xi expressou também prontidão para trabalhar com todas as partes presentes na Cúpula do G20 em prol de um mundo multipolar igualitário e ordenado e uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva. Ele disse que espera que o G20 desempenhe um papel maior enquanto plataforma importante para a cooperação econômica internacional.
Um motorista da Uber no Rio de Janeiro, que se identificou como Marcos, disse que houve muitas notícias no país sobre a visita de estado de Xi.
"Sei que o presidente da China é muito próximo do nosso presidente", afirmou, acrescentando que é bom ter parceiros como a China, que são influentes em termos econômicos e outras áreas.
Os analistas disseram que as relações China-Brasil estão atualmente no seu melhor momento na história, e que a cooperação das duas nações foi além do escopo bilateral, estabelecendo um modelo para a cooperação Sul-Sul.
A parceria estratégica abrangente China-Brasil tem vivenciado um crescimento constante nos últimos anos. A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil por 15 anos consecutivos e é uma importante fonte de investimento estrangeiro.
Zhou Zhiwei, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que os dois países desfrutam de um alto nível de confiança política mútua e um alto grau de consistência em filosofias e abordagens políticas.
Muitos países em desenvolvimento enfrentam escassez de capacidade, financiamento e tecnologia para lidar com questões de desenvolvimento sustentável, disse ele, acrescentando que a China e o Brasil poderiam tomar ações conjuntas para lidar com esses desafios, ao mesmo tempo em que promovem reformas na governança global para alcançar um sistema justo e equitativo.
Apesar de suas diferentes condições nacionais e experiências únicas na eliminação da fome e da pobreza, tanto a China quanto o Brasil têm políticas e abordagens semelhantes, centradas nas pessoas, que enfatizam a justiça e a inclusão, e podem responder em conjunto aos desafios enfrentados pelos membros do Sul Global, disse Zhou.