Vários ministros do governo peruano elogiaram os acordos de cooperação estabelecidos ou otimizados recentemente com a China e a inauguração do Porto de Chancay, dizendo que eles trarão novas oportunidades para o desenvolvimento do Peru.
A China e o Peru assinaram o Protocolo de Otimização do Acordo de Livre Comércio (ALC), em 15 de novembro, com o objetivo de modernizar o acordo e adaptá-lo às atuais necessidades e demandas do comércio internacional.
Segundo o Ministério do Comércio da China, com base no acordo de livre comércio original assinado em 2009, o protocolo visa otimizar as disposições em várias áreas, incluindo regras de origem, procedimentos alfandegários e facilitação do comércio, direitos de propriedade intelectual e comércio de serviços.
Também introduz cinco novas disposições, que abrangem cooperação em padrões e avaliação de conformidade, política de concorrência, comércio eletrônico, cadeias de suprimentos globais e meio ambiente e comércio, disse a pasta chinesa.
"A China é o nosso principal parceiro comercial e esta otimização permite-nos atualizar o ALC para aproveitá-lo ao máximo, incentivar um maior investimento chinês no Peru e facilitar as operações das empresas envolvidas no comércio exterior", disse Desilú León, ministra do Comércio Exterior e Turismo, citada pelo El Peruano, o jornal oficial do país.
O ALC assinado entre o Peru e a China permitiu que as exportações peruanas para o gigante asiático aumentassem quase quatro vezes desde a sua assinatura em 2009, disse o professor especializado em economia internacional e Ásia-Pacífico da Universidade Nacional Prefeita de San Marcos (UNMSM), Carlos Aquino, ao jornal peruano, destacando que as exportações peruanas para o gigante asiático ultrapassaram os US$ 23 bilhões em 2023.
Por outro lado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru assinou os protocolos fitossanitários para iniciar as exportações de castanhas, nozes e frutas congeladas (mirtilo, manga e abacate) para a China.
"Esta é uma grande oportunidade para o país continuar ampliando sua oferta exportável. A tendência é que a China seja o nosso principal mercado de exportação. As vendas de produtos agrícolas ao gigante asiático podem aumentar 20% nos próximos anos devido ao novo terminal portuário de Chancay", afirmou o ministro Federico Tenorio.
Em termos da cooperação em cultura, as culturas chinesa e peruana há muitos anos geram e produzem elementos identitários e, por outro lado, são duas grandes e antigas civilizações que se geminam desde a década de 1970, quando estabeleceram relações, comentou Fabricio Valencia, ministro da Cultura do Peru, em uma entrevista ao El Peruano, acrescentando que "com o Porto de Chancay, recentemente inaugurado, abre-se uma enorme oportunidade não só para o intercâmbio comercial, que é fundamental, mas também para o intercâmbio cultural".
De 2016 a 2023, o comércio bilateral entre os dois países cresceu a uma taxa média anual de 14,6%, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas da China. Nos primeiros 10 meses deste ano, o comércio bilateral saltou 16,8% em termos anuais, para 254,69 bilhões de yuans (US$ 35 bilhões), mostraram os dados.
A China e o Peru estabeleceram uma parceria estratégica abrangente em 2013. A China é atualmente o maior parceiro comercial, mercado de exportação e fonte de importações do Peru.