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Relações China-América Latina irradiam certeza para o mundo

Fonte: Diário do Povo Online    13.11.2024 14h00

Por Pan Deng*

Brinquedo artesanal do Peru na Sexta Exposição Internacional de Importação da China (CIIE) em Shanghai, leste da China. (Zhang Jiansong/Xinhua)

O presidente chinês, Xi Jinping, participará da 31ª Reunião de Líderes Econômicos da APEC, em Lima, e realizará uma visita de Estado ao Peru, de 13 a 17 de novembro. Em seguida, Xi participará da 19ª Cúpula do G20 no Rio de Janeiro e fará uma visita de Estado ao Brasil, de 17 a 21 de novembro.

Líderes das economias mais dinâmicas do mundo se reunirão na América Latina para discutir a governança econômica global e o desenvolvimento sustentável da humanidade. Durante esse período, a América Latina estará no centro da atenção mundial.

Esta será a primeira visita do presidente Xi à América Latina após a sua reeleição, e sua sexta visita enquanto presidente da China.

Há dez anos, em 17 de julho de 2014, Xi participou da Reunião de Líderes da China e dos Países da América Latina e Caribe (ALC) em Brasília e fez um discurso importante, no qual propôs pela primeira vez a construção de uma comunidade China-ALC com um futuro compartilhado.

Esta proposta recebeu respostas positivas dos líderes latino-americanos. Nesse sentido, a relação China-ALC inaugurou uma nova era caracterizada pela igualdade, benefício mútuo, inovação, abertura e maiores benefícios para os povos.

Xi, juntamente com os líderes dos países da região, estabeleceu o Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), criando a primeira plataforma para o diálogo direto e o desenvolvimento conjunto entre o maior país em desenvolvimento do mundo e a região com a maior concentração de economias emergentes. Isso abriu uma nova fase de cooperação bilateral e total, onde ambas as partes se promovem e se complementam mutuamente.

Nas últimas décadas, a China estabeleceu - ou restabeleceu - relações diplomáticas com cinco países da América Central, construiu uma comunidade de futuro compartilhado com Cuba e firmou diversas parcerias estratégicas com mais de uma dúzia de países, incluindo Venezuela, Brasil e México. As três principais iniciativas da China receberam amplo reconhecimento por parte dos países latino-americanos.

A participação da China em organizações regionais ou subregionais aumentou, seja como parceiro de diálogo, observador ou em qualquer outra capacidade. Em questões globais importantes, ambas as partes estabeleceram uma comunicação e coordenação cada vez mais estreitas. O "círculo de amizade" entre a China e a América Latina tem se expandido e aprofundado como uma força chave para unir o Sul Global.

A China firmou parcerias de livre comércio com cinco países da região, sendo que uma grande quantidade de produtos latino-americanos estreou na vida cotidiana dos chineses. Na última década, o comércio de produtos agrícolas entre a China e a América Latina duplicou. Dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) indicam que, entre 2000 e 2022, o comércio entre as duas partes cresceu 35 vezes, enquanto o comércio da região com o restante do mundo quadruplicou.

A CEPAL também publicou um relatório, destacando que a China será este ano o mercado de exportação de mais rápido crescimento para a região. Atualmente, a China é o segundo maior parceiro comercial da região. Por sua vez, a América Latina se tornou o segundo maior destino dos investimentos chineses no exterior.

No âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota, vários países latino-americanos assinaram memorandos de entendimento com a China. Um número crescente de projetos de infraestrutura, instalações culturais e educacionais, aeroportos, portos e centros de transporte tem sido implementado. Diversos projetos de infraestrutura digital e energia limpa estão em decorrendo na região.

Muitos projetos mais pequenos, voltados para as pessoas, ajudaram as comunidades locais a enfrentar necessidades urgentes e melhorar as condições de vida. Esses projetos, ao gerar emprego local, romper gargalos no desenvolvimento e alcançar cooperação de benefício mútuo, trouxeram também benefícios tangíveis, felicidade e um sentido de segurança para os povos da América Latina.

Na última década, ambas as partes têm formado grupos de profissionais que se identificam mutuamente em áreas como humanidades e ciências sociais. Da mesma forma, legisladores, intelectuais, jornalistas e turistas viajam entre a China e a América Latina. Símbolos culturais como a gastronomia, música, sítios históricos e a língua conectam cada vez mais os dois povos.

Por outro lado, os intercâmbios entre os povos têm melhorado muito a compreensão mútua e ajudado a fomentar uma conexão mais próxima através do Pacífico, estabelecendo uma base cultural sólida para a cooperação integral e prática entre China e América Latina.

As relações China-América Latina protagonizaram o crescimento mais rápido da história e atualmente atravessam o seu melhor momento. A América Latina vive um período crítico de recuperação e desenvolvimento pós-pandemia. Encarando o futuro, os fatores instáveis que causam turbulências globais continuarão a crescer.

As raízes históricas da instabilidade derivam da antiga ordem política e econômica internacional, combinada com problemas não resolvidos durante a transformação da própria América Latina. Fortalecer a autonomia estratégica, avançar no processo de modernização e construir um sistema de governança global justo e razoável serão prioridades importantes para os países latino-americanos. Esses objetivos ressoarão nas relações da China com a América Latina.

A relação China-América Latina é baseada no respeito e no benefício mútuo, no caráter de abertura e inclusão e no objetivo de desenvolvimento comum. As relações China-América Latina estão alinhadas com as tendências globais e os fluxos históricos, respondendo aos interesses compartilhados da China e dos países latino-americanos. Seu efeito resultará em um novo e maior desenvolvimento futuro, injetando mais certeza em um mundo instável e contribuindo de forma mais eficaz para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado para toda a humanidade.

*O autor é diretor do Centro de Direito da América Latina e o Caribe da Universidade de Ciências Políticas e Direito da China.

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