O primeiro satélite reutilizável da China retorna à Terra com cargas úteis em 11 de outubro de 2024. (Foto: China Daily)
As cargas úteis científicas devolvidas do voo inaugural do primeiro satélite reutilizável da China foram entregues aos seus proprietários na quinta-feira (24).
Em uma cerimônia de entrega realizada pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA, na sigla em inglês) em sua sede em Beijing, a CNSA entregou cargas úteis a departamentos e autoridades governamentais, incluindo autoridades das províncias de Hainan e Anhui e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais. Também entregou cargas úteis a autoridades estrangeiras de países como Tailândia e Paquistão.
Enquanto isso, a Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China (CASC, na sigla em inglês), a principal contratada espacial do país e fabricante do satélite, entregou bens comerciais a empresas nacionais.
Os artigos entregues na quinta-feira chegaram após um voo de 13,5 dias com o Shijian 19, o primeiro satélite recuperável chinês que pode ser reutilizado. Anteriormente, a China havia lançado quase 30 satélites recuperáveis, mas nenhum deles pôde ser reutilizado.
Desenvolvido pela Academia Chinesa de Tecnologia Espacial em Beijing, o Shijian 19 foi levado ao espaço por um foguete transportador Longa Marcha 2D que decolou em 27 de setembro do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan na região autônoma da Mongólia Interior. Ele foi encarregado de atender programas de melhoramento genético de mutações baseados no espaço e realizar testes de voo para a pesquisa de materiais e componentes eletrônicos desenvolvidos internamente.
Havia 20 categorias de cargas úteis transportadas com o satélite, incluindo sementes de plantas, amostras de microrganismos, dispositivos de demonstração de tecnologia, instrumentos experimentais espaciais e itens culturais.
A espaçonave retornou à Terra em 11 de outubro e foi recuperada em seu local de pouso predeterminado na Mongólia Interior.
Bian Zhigang, vice-chefe da administração espacial, disse na cerimônia que experimentos de criação de cerca de 1.000 espécies de recursos de germoplasma foram conduzidos a bordo do Shijian 19, fornecendo suporte crucial para a inovação de recursos de germoplasma na China. A missão também ofereceu uma valiosa oportunidade de validação em órbita para componentes e matérias-primas produzidos internamente, ele observou.
Zhao Huiguang, pesquisador sênior da CASC disse após a cerimônia que os projetistas do satélite desenvolveram novos equipamentos para que ele resistisse melhor ao calor extremo durante a reentrada atmosférica e para mitigar o impacto do pouso.
Ele disse que satélites reutilizáveis permitem que cientistas realizem experimentos exigentes e sensíveis ao tempo em órbita.
"Existem altos níveis de microgravidade dentro da espaçonave que são perfeitos para experimentos que exigem tais condições", ele disse. "Além disso, um satélite reutilizável promete o rápido retorno de amostras experimentais aos cientistas enquanto eles conduzem estudos sensíveis ao tempo."
O pesquisador observou que o Shijian 19 é caracterizado por sua boa eficiência operacional, pois é capaz de levar muitas cargas úteis para o espaço e depois trazê-las de volta.
Zhao disse que os engenheiros logo começarão a verificar as condições do satélite e substituir alguns equipamentos, se necessário.
"O satélite foi projetado para ser usado pelo menos 10 vezes. Normalmente, leva cerca de seis meses para ficar pronto para um voo, mas normalmente as cargas úteis precisarão de mais tempo para preparação no solo", disse ele.