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Construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota confere benefícios reais para o Panamá

Fonte: Diário do Povo Online    12.08.2024 14h09

Shi Yuanhao, Song Yiran e Chen Yiming, Diário do Povo

O vasto Oceano Pacífico estende-se até onde a vista alcança, no qual o navio porta-contêineres "Jasmim" da China COSCO Shipping Corporation Limited avança.

Um navio porta-contêineres da COSCO Shipping atracado no porto de Balboa, no Panamá. (Foto: Paola Suman)

Após chegar à cidade do Panamá, o navio atravessa o Canal do Panamá e atraca lentamente no porto de Colón, na costa atlântica. Ali, os contêineres são transportados para o armazém da COSCO Shipping na Zona Franca de Colón, de onde os produtos são posteriormente distribuídos para inúmeros comerciantes na América Latina e no Caribe, chegando, finalmente, aos lares de milhares de consumidores latino-americanos.

O modelo "transporte marítimo + armazém no exterior" é um serviço logístico integrado de "balcão único" desenvolvido pela COSCO Shipping, que combina o transporte marítimo, armazenamento e despacho aduaneiro, contribuindo significativamente para a criação de empregos locais e para o desenvolvimento da indústria de navegação no Panamá.

A Zona Franca de Colón é a maior zona de livre comércio do hemisfério ocidental, situada próximo da entrada atlântica do Canal do Panamá, com condições de transporte marítimo convenientes e políticas diversas de isenção fiscal, sendo o comércio de reexportação seu principal negócio.

Em outubro de 2020, para melhor aproveitar as vantagens geográficas desta zona e das próprias rotas da COSCO Shipping, além de atender à necessidade de mais empresas chinesas expandirem seus negócios na América Latina, a COSCO Shipping estabeleceu um armazém na Zona Franca de Colón, com uma área total superior a 20 mil metros quadrados.

O vice-gerente geral da COSCO Shipping (Panamá) Co., Ltd., Wang Zhen, disse ao Diário do Povo Online que a construção do armazém no exterior não só ajuda a resolver limitações logísticas na região da América Latina, mas reduz também os custos totais de transporte, promovendo a estabilidade e o fluxo contínuo das cadeias de suprimentos e de produção. Wang Zhen explicou que, com a ajuda do armazém no exterior, as mercadorias são armazenadas na zona franca e, assim que os compradores na América Latina e no Caribe fazem um pedido, é possível respondê-lo rapidamente.

"Como compradores que revendem mercadorias, muitas vezes precisamos adiantar uma quantia significativa de dinheiro. Só recuperamos os fundos depois que todos os produtos são vendidos. Um longo tempo de viagem inevitavelmente pressiona ainda mais o fluxo de caixa", explica Guo Jialun, gerente do departamento de logística da COSCO Shipping (Panamá) Co., Ltd.

"O armazém no exterior reduz significativamente o tempo de entrega das mercadorias, aliviando a pressão sobre o fluxo de caixa, tendo sido bem recebido pelos compradores da América Latina e do Caribe".

O supervisor do armazém da COSCO em Colón, Carlos Bandini, disse à imprensa: "Sempre que penso que essas mercadorias passarão por nossas mãos e serão enviadas para outros países, chegando de forma segura e rápida às empresas e aos consumidores, sinto uma enorme satisfação".

Com 48 anos de idade, Bandini trabalha no armazém há mais de dois anos. "Por meio de uma gestão eficiente e da introdução de novas tecnologias, não só conseguimos garantir a entrega pontual dos produtos às empresas ou consumidores, mas também reduzimos significativamente os custos", afirma.

A COSCO emprega um grande número de trabalhadores locais em seus escritórios na Cidade do Panamá e em vários portos, com quase cem empregados locais apenas no armazém em Colón. A COSCO apoia também ativamente o desenvolvimento da indústria de navegação no Panamá, fornecendo simuladores de operação de embarcações para instituições navais locais e colaborando com escolas e instituições marítimas para oferecer oportunidades de estágio a estudantes dessas áreas.

No campus da Universidade Marítima Internacional do Panamá, um prédio doado pela COSCO foi nomeado "Edifício COSCO". O centro de simuladores e tecnologia aplicada da universidade está também equipado com equipamentos doados pela empresa.

"A conectividade de transporte do Panamá com o mundo é, sem dúvida, a principal vantagem do país", disse Giovanni Ferrari, gerente geral da Zona Franca de Colón, em entrevista. "Cada vez mais empresas chinesas estão operando no Panamá, o que reforça continuamente essa vantagem".

Os dados mais recentes da Autoridade do Canal do Panamá indicam que, no ano fiscal de 2023, mais de 25 milhões de toneladas de carga oriundas da China passaram pelo Canal do Panamá, enquanto mais de 39 milhões de toneladas foram enviadas para a China, totalizando mais de 64 milhões de toneladas, representando 22,7% do total.

Ferrari destacou que a China tem sido, desde há muito, o maior fornecedor de mercadorias da Zona Franca de Colón e o segundo maior usuário do Canal do Panamá. Uma grande quantidade de produtos chineses é reexportada para os países da América Latina e do Caribe através da zona franca, o que não só promove o desenvolvimento da Zona Franca, mas também desempenha um papel importante na facilitação do comércio global e na estabilidade das cadeias de suprimentos.

O Panamá foi o primeiro país da América Latina e do Caribe a assinar um memorando de entendimento de cooperação sob a Iniciativa Cinturão e Rota com a China. Os dois países concordaram em aproveitar a oportunidade para alinhar a Iniciativa Cinturão e Rota com a Estratégia Nacional de Logística 2030 do Panamá, expandindo constantemente o espaço de cooperação e criando pontos de destaque na colaboração.

O economista panamenho Eddie Tapiero afirmou que, enquanto centro internacional de transporte marítimo e polo regional de aviação, logística e finanças, o Panamá é um parceiro natural para a construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota. Ele acrescentou que o país utilizará suas vantagens geográficas para desempenhar um papel positivo na ampliação da cooperação entre a América Latina e a China.

"A construção conjunta da Iniciativa Cinturão e Rota proporcionou benefícios reais para o Panamá", afirmou Rogelio Paredes, ex-ministro de Habitação e Planejamento Espacial do Panamá. Ele ressaltou que a construção de alta qualidade da Iniciativa Cinturão e Rota criou uma rede global de conectividade, promovendo significativamente o comércio global, colocando em evidência as vantagens geográficas únicas do Panamá.

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