O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu no último sábado que os países da ASEAN permaneçam comprometidos com a visão de paz, bem como com um estilo ASEAN para manter a paz e a estabilidade regionais.
Ele fez as observações na reunião dos ministros das Relações Exteriores do 31º Fórum Regional da ASEAN (ARF), em Vientiane, capital do Laos, país que preside atualmente a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Wang, também membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), destacou na reunião um mundo hoje caracterizado por turbulência e caos, com conflitos regionais prolongados, confrontos geopolíticos crescentes e desafios de segurança emergentes, como mudança climática, terrorismo e segurança cibernética. O unilateralismo e a mentalidade da Guerra Fria estão em ascensão, juntamente com cada vez mais "pequenos círculos" militares e de segurança, disse ele.
Ao enfrentar os desafios atuais, o ministro das Relações Exteriores chinês apresentou sugestões na reunião, acrescentando que a ARF liderada pela ASEAN, como a principal plataforma multilateral de diálogo de segurança na Ásia-Pacífico, tem feito contribuições importantes para a paz e a estabilidade regionais.
Wang pediu aos países que adiram à visão de paz. Ele enfatizou a necessidade de acomodar os interesses e aspirações de todas as partes e buscar uma segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável. A "estratégia Indo-Pacífico" liderada pelos EUA exacerba os dilemas de segurança e vai contra a visão de paz e prosperidade de longo prazo na região, disse Wang.
Enquanto isso, Wang pediu alerta e oposição à intervenção na região pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que ele disse que deve desencadear confrontos e aumentar as tensões.
É necessário defender o estilo ASEAN, aumentando a confiança mútua por meio do diálogo e promovendo a segurança por meio da cooperação, observou Wang. O status da ASEAN como uma zona de paz, liberdade e neutralidade deve ser respeitado, as regras regionais reconhecidas por todas as partes devem ser seguidas e uma arquitetura regional centrada na ASEAN, aberta e inclusiva deve ser apoiada, disse ele.
Wang também pediu esforços para consolidar a base da cooperação. A China apoia injetar mais vitalidade em medidas de construção de confiança e diplomacia preventiva, disse ele, ao mesmo tempo que propõe promover a cooperação de segurança em áreas como instalações nucleares e segurança cibernética, aumentar o diálogo e os intercâmbios em contraterrorismo, desradicalização e combate a crimes transnacionais, bem como fazer esforços para expandir os interesses comuns de segurança em uma resposta proativa aos desafios de segurança emergentes.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores chinês enfatizou a necessidade de buscar a solução política de questões e conflitos por meio do diálogo e da consulta, rejeitando a interferência externa, o confronto e a pressão.
Quanto ao conflito em Gaza, o cessar-fogo e a cessação da guerra e a assistência humanitária são as principais prioridades, disse ele, e enfatizou o princípio de "os palestinos governarem a Palestina" como sendo fundamental para a reconstrução pós-guerra e a "solução de dois Estados" como sendo a saída.
Sobre a crise na Ucrânia, Wang disse que esforços devem ser feitos para criar condições para negociações de paz, esfriando a situação observando os três princípios de não expansão do campo de batalha, nenhuma escalada de combates e não atiçar as chamas por qualquer parte.
