O governo brasileiro anunciou na segunda-feira que destinará 318,5 milhões de reais (US$ 60 milhões) para o combate a crimes na floresta amazônica, com a intenção de preservar o bioma.
O dinheiro sairá do Fundo Amazônia e irá para o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas), segundo antecipou o presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Nunca na história do Brasil se pensou em dar um passo tão extraordinário para tentar cuidar da Amazônia como o que se está dando agora", destacou Lula durante a cerimônia de lançamento, no Palácio Presidencial do Planalto, junto com vários ministros.
"Menos reuniões, menos burocracia e mais fazer as coisas acontecerem. Peço agilidade, que façamos as coisas acontecerem. Não tínhamos um plano nem dinheiro e agora temos um plano, dinheiro e gente para executá-lo. Nada mais pode nos atrasar", comentou Lula.
A Amas integra o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, criado para fortalecer iniciativas de enfrentamento ao crime organizado e ambiental nos estados da região Amazônica.
A estratégia trabalha para promover a preservação com esforços de segurança pública que tenham em conta as necessidades e especificidades dos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
"Este acordo representa o firme compromisso do governo federal com o fortalecimento da segurança e da soberania de uma das regiões mais vitais de nosso país", destacou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Com uma previsão de investimento total de 1,2 bilhão de reais (US$ 220 milhões), a parceria entre o Ministério da Justiça e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para enfrentar o desmatamento ilegal na Amazônia é o primeiro projeto financiado pelo Fundo Amazônia com o objetivo de desmantelar a nova dinâmica do crime ambiental na região.
Em seu discurso, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância de o governo trabalhar em conjunto para alcançar este objetivo.
"Temos que seguir a agenda do desenvolvimento sustentável para gerar emprego e renda na Amazônia, melhorando a vida das pessoas. Mesmo que nós consigamos chegar ao desmatamento zero para 2030, se o mundo não fizer sua parte para reduzir o CO2, perderemos a Amazônia de qualquer maneira, porque poderia entrar em processo de salinização", alertou Marina Silva.