O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente francês, Emmanuel Macron, participaram na quarta-feira da cerimônia de batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero (S42), no porto de Itaguaí, no litoral do Rio de Janeiro (sudeste).
Construído em uma parceria com a França dentro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub), o Tonelero, conforme a tradição da Marinha do Brasil, foi batizado pela atual primeira-dama, Janja Lula da Silva, quebrando uma garrafa de espumante no casco do submarino.
Com mais de 71 metros de comprimento e pesando 1.870 toneladas, o Tonelero (Submarino Diesel-Elétrico Convencional) inicia a partir de hoje, testes de avaliação com relação à estabilidade em ambiente marítimo, bem como dos sistemas de navegação e combate.
O Tonelero é o terceiro submarino lançado pelo Prosub, depois do Humaitá e do Riachuelo, que já estão em operação. O programa de transferência de tecnologia entre os dois países pretende entregar 5 submarinos, sendo 4 convencionais e 1 nuclear, até 2033.
"Hoje, o Brasil se posiciona dentro de um pequeno grupo de países que dominam a construção de submarinos. O ProSub é o maior e mais importante projeto de cooperação internacional em matéria de Defesa do Brasil. Ele garante a soberania brasileira no nosso litoral, fortalece a indústria naval, com geração de empregos e renda e promove o desenvolvimento do setor com muita inovação", afirmou Lula durante o evento.
Por sua vez, Emmanuel Macron destacou que o estaleiro construído para a fabricação do submarino é um dos mais modernos do mundo e o único instalado na América do Sul. "Nunca tínhamos compartilhado tanto o nosso know how como estamos fazendo agora com o Brasil. Temos muito orgulho de ter feito isso".
Macron acrescentou que potências pacíficas como França e Brasil têm de "falar com firmeza e força", caso não queiram ser lacaios de outras nações. "Nós temos a mesma visão de mundo. Rejeitamos um mundo que seja prisioneiro da conflitualidade entre duas grandes potências. E temos de defender nossa independência, nossa soberania e o direito internacional", comentou.
Também presente à cerimônia, o ministro brasileiro da Defesa, José Múcio, disse que os investimentos dos projetos estratégicos das Forças Armadas vão muito além do entendimento exclusivamente das exigências para defesa da Pátria. "Estamos falando de geração de empregos, de alta qualificação, aumento de renda e de arrecadação", explicou.
Segundo o governo brasileiro, a expectativa é de que o ProSub resulte em um "impacto significativo" na economia do país, gerando mais de 60 mil empregos diretos e indiretos. Cerca de 700 empresas participam do projeto.
Com a transferência de tecnologia prevista na parceria com a França, o Brasil terá ampliada a capacidade de projetar, construir, operar e manter seus submarinos convencionais e de propulsão nuclear. A parceria inclui a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação de submarinos, o que abrangerá estaleiros, base naval e uma unidade de fabricação de estruturas metálicas em Itaguaí.
"O impacto da tecnologia proporcionado pelo desenvolvimento e aprimoramento das inovações embarcadas no submarino estimulará não só a área de Defesa, mas também setores nacionais civis nos campos de ciência, tecnologia e inovação", afirmou o governo através de um comunicado.
"Equipados com modernos sensores, mísseis e torpedos, os submarinos construídos no marco do ProSub têm uma grande capacidade dissuasória, já que são armas letais e difíceis de localizar quando submersas. A possibilidade da presença de submarinos em uma área marítima obriga qualquer força naval adversária a mobilizar muitos meios e esforços para localizar e combater estas embarcações", acrescentou a nota oficial.