Desde a retomada total do turismo na China em 2023, o número de turistas estrangeiros que visitaram o país cresceu rapidamente. Os analistas salientam que o crescimento refletiu as medidas recentemente implementadas pela China, as quais ajudaram a simplificar os procedimentos para turistas estrangeiros, incluindo a flexibilização dos requisitos de visto, bem como a melhoria dos produtos de viagem, o que demonstra que a China continua a acelerar sua abertura ao exterior.
Um dos exemplos mais recentes é o número de turistas sul-coreanos que viajaram para a China em Janeiro, que ultrapassou os 140.000 - um aumento de 908% em termos anuais - segundo o China Media Group (CMG) na segunda-feira.
Uma turista aposentada de sobrenome Lee, da cidade de Gimhae, na Coreia do Sul, disse ao Global Times na segunda-feira que planeja viajar para Zhangjiajie, na província de Hunan, no centro da China, e para a província de Yunnan, com o marido, filhos e sogros.
Lee disse que sua família está hesitando entre fazer uma viagem em grupo ou a solo, observando que há várias viagens em grupo para Zhangjiajie oferecidas por agências de viagens sul-coreanas.
As principais agências de viagens da Coreia do Sul estão a planejar ativamente produtos turísticos para a China. Além de Zhangjiajie, que é um destino tradicionalmente popular entre os turistas sul-coreanos, os pacotes de viagem para a província insular de Hainan atraíram atenção especial, após a recente política de entrada isenta de visto em Hainan, no sul da China, de acordo com o CMG.
Para fazer face ao intercâmbio de pessoas entre a China e a Coreia do Sul e satisfazer a procura de viagens dos sul-coreanos, várias companhias aéreas coreanas têm retomado rotas anteriormente suspensas, incluindo Incheon-Zhengzhou, na província de Henan, e Busan-Xi'an, na província de Shaanxi, no noroeste da China.
Em dezembro, o número de voos semanais entre a China e a Coreia do Sul foi de 879, o que representava 77% do nível pré-epidemia em 2019, disse a Korean Air ao Global Times na segunda-feira.
A própria companhia aérea sul-coreana retomou as operações em 20 rotas com 16 cidades no continente chinês, com um total de 156 voos semanais – cerca de 70% do nível pré-epidemia, disse um representante da Korean Air.
"A China sempre foi o nosso principal mercado e retomaremos as viagens para a cidade de Zhengzhou e Zhangjiajie o mais rápido possível. Aumentaremos também a frequência de voos em algumas rotas. Prevemos que a retomada das rotas entre a China e a Coreia tenha grande demanda em 2024", disse o representante.
A Academia de Turismo da China afirmou em um relatório recente que continua otimista em relação ao mercado de turismo de entrada da China, o qual deverá recuperar para 50% desse valor em 2019 – o nível pré-pandemia.
Esta recuperação surgiu durante os recentes feriados do Festival da Primavera, com cerca de 3,23 milhões de viagens turísticas de entrada realizadas, próximo do nível do mesmo período de 2019, segundo dados do Ministério da Cultura e Turismo.
O número de bilhetes reservados para o turismo de entrada durante as férias do Festival da Primavera aumentou mais de 10 vezes em comparação com 2019 na plataforma doméstica de viagens online Trip.com.
Os principais países de origem foram o Japão, EUA, Coreia do Sul, Austrália, Reino Unido, Malásia, Vietname, Canadá, Tailândia e Alemanha, de acordo com um relatório enviado pelo Trip.com ao Global Times.
O efeito da política de isenção de vistos da China tem sido evidente, uma vez que o número de turistas provenientes de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Malásia, Singapura e outros países que foram recentemente isentos de vistos de viagem aumentou significativamente. O número total de reservas de viagens de entrada destes países durante os feriados do Festival da Primavera duplicou em comparação com o mesmo período de 2019, disse Trip.com.
O progresso significativo na facilitação de vistos continuará a inspirar confiança nos turistas chineses e estrangeiros, disse Yang Jinsong, diretor do instituto de desenvolvimento do turismo internacional e investigador associado da Academia de Turismo da China (CTA), ao Global Times.
"A China deverá continuar a otimizar a política de turismo de entrada, expandindo o escopo dos países isentos de visto, simplificando os procedimentos de solicitação e aquisição de visto e proporcionando um ambiente de entrada mais conveniente para os turistas estrangeiros", disse Yang.
Yang pediu também o fortalecimento da cooperação turística com outros países.
No entanto, os analistas observaram que o turismo de entrada está ainda em uma fase de recuperação gradual, após o encerramento de três anos devido à pandemia. A cadeia global de abastecimento do turismo precisa de ser reparada.
Em 2019, as agências de viagens da China contabilizaram 18,3 milhões de chegadas de turistas, com os estrangeiros a gastarem 77,1 mil milhões de dólares, de acordo com estatísticas do Ministério da Cultura e Turismo.
