A agência de classificação de risco Standard & Poors Global Ratings elevou na terça-feira a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável.
Ao anunciar a decisão, a S&P, a agência destacou a aprovação na semana passada da reforma tributária brasileira e as melhores perspectivas de crescimento econômico como pontos positivos no cenário brasileiro.
Essa classificação coloca o Brasil a dois níveis do "grau de investimento", mas ainda indica uma posição de "grau especulativo", o que significa que o país ainda enfrenta incertezas em relação a condições financeiras.
Segundo a S&P, o déficit nas contas públicas continua sendo elevado e passa por uma correção muito gradual e embora reconheça perspectivas de crescimento econômico melhores, afirma que ainda são moderadamente fracas e somadas a uma situação fiscal fraca continuam restringindo a qualidade de crédito do Brasil.
"A perspectiva estável (da nota) reflete nossa expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, graças à forte produção de commodities e às necessidades limitadas de financiamento externo", disse a agência em comunicado à imprensa.
"Acreditamos também que a estrutura institucional do Brasil pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes executivo, legislativo e judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados, acrescentou a S&P.
Em conversa com jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que acredita que a S&P estava aguardando o desfecho das reformas que foram propostas ao Congresso Nacional para alterar a nota de crédito do Brasil, e que a reforma tributária realmente foi "o ponto alto dessa trajetória".
"Temos muito trabalho ano que vem, nada é simples, mas é uma sinalização importante que as agências promovem nesse sentido", disse Haddad.
"Eu nunca me conformei de o Brasil não ter grau de investimento. Nunca me conformei com isso, porque um país que não deve, tem mais do que 300 bilhões de dólares de caixa, não pode não ter grau de investimento. Tem que ter grau de investimento", enfatizou o ministro da Fazenda.