Esperança aumenta em torno de acordo de cessar-fogo em Gaza

Fonte: Diário do Povo Online    23.11.2023 11h10

Israel e o Hamas chegaram a um acordo mediado pelo Qatar para cessar fogo na Faixa de Gaza durante quatro dias, o que oferece uma oportunidade para negociações de paz amplamente promovidas pela comunidade global, segundo analistas.

A trégua temporária, que será acompanhada pela libertação de alguns reféns detidos pelo grupo militante em troca dos palestinos presos por Israel, consiste no maior avanço diplomático desde que o ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro, reacendeu o conflito Palestina-Israel.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel libertará 150 mulheres e adolescentes palestinianos e permitirá que mais ajuda humanitária entre em Gaza em troca de 50 reféns, a maioria mulheres e crianças.

A China saudou a pausa nos combates e disse que espera que isso ajude a aliviar a crise humanitária em Gaza, a acalmar o conflito e a aliviar as tensões na região.

Desde o início desta ronda de conflitos, a China tem apelado a um cessar-fogo e trabalhado incansavelmente para reduzir as tensões, proteger os civis e fornecer assistência humanitária, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning.

Homens armados do Hamas capturaram cerca de 240 pessoas quando atacaram cidades do sul de Israel em 7 de outubro. Quatro reféns foram libertados até agora, sendo que pelo menos 14.400 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, foram mortos no conflito de quase sete semanas.

Segundo o acordo mediado pelo Qatar, 50 reféns serão libertados em pequenos grupos durante quatro dias, durante os quais haverá uma pausa completa nos combates. A libertação de cada 10 reféns resultará em mais um dia de trégua.

Umer Karim, pesquisador associado do Centro King Faisal de Pesquisa e Estudos Islâmicos em Riade, Arábia Saudita, afirma que a questão dos reféns “está se tornando um verdadeiro fardo político” para Netanyahu.

"Isso (o acordo de cessar-fogo) demonstra que a sua campanha militar em Gaza ainda não lhe deu a influência política que necessita neste momento a nível interno e, portanto, ele precisa de algum desenvolvimento na questão dos reféns", disse Karim.

Netanyahu concordou com uma trégua temporária para também “desacelerar o ímpeto geral contra Israel neste momento na forma de protestos e manifestações”, o que está “colocando alguma pressão sobre os governos ocidentais para mudarem a sua posição sobre o assunto”, acrescentou Karim.

Yu Guoqing, pesquisador do Instituto de Estudos Africanos e da Ásia Ocidental da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que o governo israelense concordou com o breve cessar-fogo em grande parte por estar sob pressão interna e externa.

O governo de Netanyahu está sob imensa pressão interna devido às baixas israelenses no conflito e ao fato de os reféns detidos pelo Hamas não terem sido libertados nem um mês e meio depois, disse Yu.

(Web editor: Renato Lu, 符园园)

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