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Comentário: “Uma vez aberta a porta das relações China-EUA, ela nunca mais será fechada”

Fonte: Diário do Povo Online    22.11.2023 13h36

"Acredito que, uma vez aberta a porta das relações China-EUA, ela nunca mais será fechada. Uma vez iniciada a causa da amizade entre os dois povos, ela não será abandonada a meio do caminho. A árvore da amizade entre pessoas cresceu e certamente resistirá às vicissitudes". Na noite de 15 de novembro, o presidente Xi Jinping participou em um banquete de boas-vindas organizado conjuntamente por grupos de amizade americanos em São Francisco, nos EUA, e fez um discurso, traçando o caminho para a retomada da estabilidade das relações sino-americanas.

“O futuro do mundo requer a cooperação sino-americana”

A China e os Estados Unidos são as duas principais economias do mundo, com um agregado económico superior a um terço do total mundial - quase um quarto da população mundial e aproximadamente um quinto do volume do comércio bilateral mundial. O estabelecimento da coexistência entre os dois países é crucial para a paz e o desenvolvimento mundiais e para o futuro e destino da humanidade.

Em 14 de novembro de 2022, horário local, o presidente Xi Jinping se reuniu com o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, em Bali, na Indonésia. Biden assumiu o compromisso dos “quatro nãos e um não intencional”, a saber: os Estados Unidos não buscam uma nova Guerra Fria, não procuram mudar o sistema da China, não procuram opor-se à China fortalecendo alianças, não apoiam a “independência de Taiwan" e não têm intenção de entrar em conflito com a China.

No entanto, no ano passado, os Estados Unidos registraram um grave “défice de ação” na implementação do Consenso de Bali, tendo mesmo contrariado o espírito defendido pelo consenso, levando a novas dificuldades nas relações bilaterais. Nos últimos meses, altos funcionários do governo dos EUA e pessoas próximas dos Estados Unidos visitaram a China, sendo que as interações bilaterais aumentaram significativamente e as relações entre os dois países demonstraram uma dinâmica positiva de cessação do seu declínio e de retomada da estabilização.

Nesta reunião entre os chefes de Estado chinês e norte-americano, em São Francisco, ambos reconheceram os esforços e o consenso alcançados por ambas as equipas desde a reunião de Bali na delineação dos princípios orientadores das relações sino-americanas. Foi também sublinhada a necessidade de cooperação mútua, respeito, coexistência pacífica, manutenção da comunicação, prevenção de conflitos e do cumprimento da "Carta das Nações Unidas, cooperação em áreas de interesse comum e gestão responsável de fatores competitivos nas relações bilaterais, fornecendo as diretrizes para devolver as relações sino-americanas ao caminho certo.

Kenneth Hammond, professor da Universidade Estadual do Novo México, nos Estados Unidos, disse em entrevista a um repórter do Diário do Povo Online que é particularmente importante que os Estados Unidos e a China compreendam corretamente a situação real um do outro e fortaleçam o intercâmbio em vários campos para promover o respeito e a compreensão mútuos.

Hammond acredita que o sistema social e económico da China é distinto do dos Estados Unidos. Alguns políticos americanos têm falhas óbvias nas suas opiniões sobre a China e não compreendem os enormes esforços da China para desenvolver a sua economia e melhorar a vida da população. Para os Estados Unidos, uma compreensão correta e abrangente da história e da cultura chinesas estabelecerá uma base mais sólida para o desenvolvimento das relações bilaterais.

“Os respetivos sucessos da China e dos Estados Unidos são oportunidades um para o outro”

A China e os Estados Unidos têm amplos interesses comuns em setores diversos. A China e os Estados Unidos desenvolveram um comércio bilateral avaliado em 760 mil milhões de dólares e acumularam investimentos bidirecionais de mais de 260 mil milhões de dólares. Ambos estabeleceram protocolos de amizade e geminação entre 284 pares de províncias, estados e cidades, com máximos de mais de 300 visitas semanais e mais de 5 milhões de pessoas viajando entre eles todos os anos. Não importa o quão a situação mude, a lógica histórica da coexistência pacífica entre a China e os Estados Unidos manter-se-á inalterada. O desejo fundamental dos povos chinês e americano de favorecer o intercâmbio e a cooperação não mudará. As expectativas das populações em todo o mundo em prol do desenvolvimento estável das relações China-EUA não mudarão.

Uma expectativa comum dos dois povos passa por promover conquistas mútuas e a prosperidade comum entre os dois países e aumentar as áreas de cooperação. Os resultados da reunião dos chefes de Estado China-EUA em São Francisco são multifacetados. Com base no respeito mútuo, igualdade e reciprocidade, as duas partes discutiram o diálogo e a cooperação em vários domínios tendo, atingido mais de 20 consensos em áreas como política e diplomacia, intercâmbios interpessoais e culturais, governação global, segurança militar entre outros.

Zhao Suisheng, professor da Escola de Relações Internacionais da Universidade de Denver e diretor do Centro de Cooperação EUA-China, afirma que o resultado da reunião de São Francisco reflete a importância que os dois países atribuem aos seus interesses comuns e a consciência da importância de estabilizarem e melhorarem as relações nesta conjuntura histórica.

Ele elogiou os progressos alcançados pelos dois países na retomada da comunicação de alto nível, do diálogo institucional entre os dois exércitos, e na expansão da cooperação em áreas como intercâmbios interpessoais e culturais, aplicação da lei judicial e governação global.

“Trabalhar juntos para construir os cinco pilares das relações China-EUA”

O presidente Xi Jinping destacou durante esta reunião em São Francisco, que a China e os Estados Unidos deveriam ter uma nova visão e trabalhar em conjunto para construir os cinco pilares das relações China-EUA. Esses pilares consistem, respetivamente: no estabelecimento conjunto de um entendimento correto; gestão das diferenças de forma conjunta e eficaz; promoção conjunta da cooperação mutuamente benéfica; assunção conjunta de responsabilidades de grandes potências; promoção conjunta do intercâmbio cultural e interpessoal.

Estes “cinco pontos em comum” estabelecem cinco pilares para as relações China-EUA e inauguraram a “Visão de São Francisco” para o futuro.

Zhao Suisheng disse que os "Cinco Comuns" enfatizam os interesses e a visão partilhados pela China e Estados Unidos, com o intuito de encontrar uma forma correta dos dois países se relacionarem e fornecerem a orientação para a retomada do desenvolvimento futuro das relações bilaterais.

Hammond crê que a Visão de São Francisco se baseia no respeito mútuo e ambos os lados reconhecem que, embora os dois países tenham divergências, não devem se considerar como adversários. Ambas as partes devem agir com responsabilidade e procurar a melhor forma de cooperar para resolver questões de importância vital para os dois povos.

Hammond refere que a visita do presidente Xi Jinping aos Estados Unidos representa um momento muito importante na história do desenvolvimento das relações EUA-China, e que a implementação do consenso importante alcançado pelos dois chefes de Estado na reunião em São Francisco enfrenta ainda desafios diversos. As ações falam mais alto do que as palavras, e o verdadeiro significado da reunião de São Francisco reflectir-se-á nas políticas reais adotadas pelos Estados Unidos em relação à China daqui em diante.

O próximo ano marca o 45º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos. Começando em São Francisco, reunir a força dos dois povos, continuar a amizade Sino-EUA e liderar o navio gigante das relações China-EUA para fazer um progresso constante e de longo prazo está em linha com os interesses comuns de ambos países, com as aspirações dos povos, e com o reforço da estabilidade e justiça num mundo interligado.

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