Wang Yi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), conversou nesta quinta-feira com Celso Luiz Nunes Amorim, assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente do Brasil, por telefone, trocando opiniões sobre o conflito palestino-israelense.
Wang, também diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PCCh, disse que a China e o Brasil são os principais países em desenvolvimento e mercados emergentes, e têm mantido comunicação e coordenação sobre questões estratégicas de interesse comum.
A China está disposta a trabalhar com o Brasil para implementar o importante consenso alcançado pelos chefes de Estado dos dois países e, em conjunto, levar constantemente a parceria estratégica abrangente China-Brasil a novos níveis.
Eles também trocaram opiniões sobre o conflito palestino-israelense.
Amorim disse que, como presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU para o mês de outubro, o Brasil sediará uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre o conflito palestino-israelense na sexta-feira, acrescentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma carta aberta pedindo a Israel que interrompa seus ataques aéreos e proteja as crianças.
Amorim acrescentou que a chave para resolver o conflito é retomar as conversações de paz, e o Brasil está disposto a coordenar estreitamente com a China para, em conjunto, diminuir a escalada da situação.
Observando que a China está profundamente triste com a crescente tensão entre os palestinos e Israel e com as enormes vítimas civis, Wang disse que a China se opõe a atos que prejudicam os civis e condena as violações da lei internacional.
A China pede a todas as partes que atuem com contenção, diminuam as tensões regionais o mais rápido possível e evitem a contínua expansão do conflito, disse Wang, acrescentando que a prioridade máxima é garantir a segurança dos civis e abrir corredores de ajuda para evitar uma grave crise humanitária em Gaza.
Ressaltando que a questão palestina é o cerne da questão do Oriente Médio, Wang disse que o ponto crucial da questão é que não foi feita justiça ao povo palestino. Esse conflito provou mais uma vez, de forma extremamente trágica, que o caminho para resolver a questão palestina está na retomada das negociações de paz genuínas o mais rápido possível e na realização dos direitos legítimos da nação palestina, acrescentou.
Wang disse que a China pede uma conferência de paz internacional mais autoritária e influente o mais rápido possível para promover a comunidade internacional a chegar a um consenso mais amplo com base na "solução de dois estados" e formular um cronograma e um roteiro para isso.
Observando que as Nações Unidas têm a responsabilidade e a obrigação de desempenhar seu devido papel na questão palestina, ele disse que a China apoia o Conselho de Segurança na realização de uma reunião de emergência sobre o conflito palestino-israelense, concorda em se concentrar em preocupações humanitárias, pede claramente medidas práticas para um cessar-fogo, o fim da violência, a proteção de civis e a formação de um consenso internacional vinculativo.
Wang enfatizou que a China está disposta a manter a comunicação, a coordenação e a estreita cooperação com o Brasil e com as partes relevantes nesse sentido.