O governo brasileiro aceitou na sexta-feira o pedido do estado do Rio de Janeiro para realizar uma grande operação policial conjunta contra o narcotráfico no complexo de favelas da Maré, principal reduto dos traficantes de drogas da capital do estado com mesmo nome.

O governador carioca, Claudio Castro, anunciou perante à imprensa que receberá ajuda federal depois de ter mantido uma reunião com o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli.

A megaoperação que busca prender mais de 1.100 traficantes, contará com agentes da polícia do Rio de Janeiro, além de membros da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal.

A Operação Maré, como foi batizada, é uma consequência de uma investigação da Polícia Civil que captou imagens de bandidos armados treinando táticas de guerrilha no interior de um centro de lazer do complexo de favelas utilizando drones e que foram divulgadas esta semana.

"Não haverá uma ocupação. Serão incursões e asfixia a essas atividades criminosas", disse Castro. "Será uma operação baseada no que a inteligência disse que tem que ser feito, com os equipamentos necessários e com a integração necessária. Sobretudo com muito uso de tecnologia. E estamos criando um comitê permanente integrado para que as inteligências (estaduais e federais) possam trocar informações", acrescentou o governador.

O Complexo de favelas da Maré é o principal reduto do narcotráfico do Rio de Janeiro e se encontra em uma região considerada chave, muito próxima da zona portuária, do aeroporto internacional e de duas das principais vias de acesso da segunda maior cidade do Brasil.

O secretário Capelli afirmou que o governo federal apoiará o estado do Rio de Janeiro em tudo que for necessário. "Trata-se de uma questão inter-federativa, na qual o governo federal atuará reforçando sua presença em portos, aeroportos e fronteiras. É nossa missão central, mas em perfeita harmonia com os estados", explicou.

"Se o crime está cada vez mais organizado e estruturado no país, o poder público também necessita estar cada vez mais integrado e unido para combater o que é um desafio nacional", comentou.

Sobre a investigação na Maré, Capelli disse que as imagens são inaceitáveis. "Treinamento de guerrilha em plena luz do dia, criminosos caminhando com fuzis ponto 50, em plena luz do dia, não é aceitável em nenhuma parte do mundo", ressaltou.