A China fez sérias representações ao Japão por causa da visita de um político japonês a Taiwan e das declarações irresponsáveis que esse político fez, declarou na terça-feira Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
Ele fez as declarações em uma coletiva de imprensa quando solicitado a comentar o fato de que, de acordo com um parlamentar japonês que acompanhou Taro Aso, vice-presidente do Partido Liberal Democrata e ex-primeiro-ministro do Japão, em sua visita a Taiwan, Aso havia discutido antecipadamente com o governo japonês sobre seus comentários de "prontidão para lutar" e "dissuasão" feitos em Taiwan e que esses comentários estão de acordo com a visão oficial do Japão.
Taiwan faz parte da China, apontou Wang, acrescentando que a questão de Taiwan é puramente um assunto interno da China que não permite interferência estrangeira.
Wang destacou que a Declaração do Cairo emitida pela China, EUA e Reino Unido em 1943 deixou claro que Taiwan e todos os outros territórios que o Japão roubou da China devem ser restaurados à China. O artigo 8º da Declaração de Potsdam, em 1945, reafirma isso. O Instrumento de Rendição assinado pelo Japão em 1945 diz explicitamente que o Japão aceita a Declaração de Potsdam. A Declaração Conjunta China-Japão, assinada em 1972 quando os dois lados normalizaram as relações diplomáticas, afirma que o governo japonês compreende e respeita plenamente a posição do governo chinês de que Taiwan é uma parte inalienável do território da China e declara o compromisso com o Artigo 8 da Declaração de Potsdam.
Wang lembrou que, em 1978, os dois países concluíram o Tratado de Paz e Amizade entre a China e o Japão, que afirma os princípios estabelecidos na declaração conjunta em forma legal. O terceiro e o quarto documentos políticos concluídos em 1998 e 2008, respectivamente, reiteram o compromisso do Japão com a posição sobre a questão de Taiwan estipulada na declaração conjunta. O Japão assumiu mais de uma vez compromissos sérios com a China na questão de Taiwan, incluindo não apoiar "duas Chinas", "uma China, uma Taiwan" ou "independência de Taiwan", e apenas manter intercâmbios entre pessoas e intercâmbios entre regiões com Taiwan, acrescentou Wang.
"Esses são o contexto histórico da questão e os princípios e a posição que o Japão deve respeitar", continuou Wang.
"Quero enfatizar que, a questão de Taiwan tem a ver com os interesses centrais da China, a base política das relações China-Japão e a confiança e princípios básicos entre os dois países", ressaltou Wang, instando o Japão a aderir ao princípio de Uma Só China e ao espírito dos quatro documentos políticos entre a China e o Japão, e a tomar medidas concretas para honrar seu compromisso político e declarações relacionadas.
"A China está pronta para tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente sua soberania e integridade territorial", finalizou Wang.
