O chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), Silvinei Vasques, foi preso na quarta-feira, acusado de tentar manipular as eleições presidenciais de 2022.
Cumprindo ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) prendeu Vasques em sua casa na cidade de Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina (sul), onde também foram apreendidos passaporte, celulares e computadores.
Vasques e outros nove integrantes da PFR são acusados de ter implementado em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições presidenciais entre Luiz Inácio Lula da Silva e Bolsonaro, uma grande operação na região nordeste do país para impedir o livre trânsito de eleitores.
"A Polícia Federal lançou a Operação Constituição Cidadã, com o objetivo de esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do segundo turno das eleições presidenciais de 2022", informou a PF em nota oficial.
O órgão apontou que, segundo as investigações, membros da PRF "teriam destinados recursos humanos e materiais" para essa finalidade, o que também levou a ordenar depoimentos de 47 policiais rodoviários.
No dia anterior às eleições, Vasques cometeu um delito de irregularidade administrativa, pelo qual já está sendo julgado, ao declarar publicamente seu voto no então presidente Bolsonaro, que acabou perdendo para Lula.
Segundo o processo judicial que está na Suprema Corte, nas horas prévias à votação do segundo turno, a PRF inspecionou 218 ônibus no nordeste do país e 571 no sudeste, região mais populosa do Brasil. Vasques negou as acusações.
O ministro Moraes investiga várias causas sobre atentados contra o Estado de Direito, entre elas a tentativa de golpe de 8 de janeiro perpetrada por seguidores de Bolsonaro que invadiram e causaram grandes danos nas sedes dos Três Poderes em Brasília.