O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na terça-feira que "o severo agravamento da crise climática" torna mais urgente do que nunca retomar e ampliar a cooperação entre os países da Amazônia.
Lula inaugurou na cidade de Belém, capital do estado do Pará (norte), a Cúpula Amazônica - IV Reunião dos Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica.
O evento, que vai até quarta-feira, conta com a presença de líderes e altos funcionários dos oito países participantes do tratado: Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Equador, Peru, Suriname e Venezuela, além de representantes de países convidados.
Em seu discurso, Lula se referiu à Amazônia como patrimônio comum das nações signatárias e lembrou que desde a assinatura do Tratado de Cooperação Amazônica em 1978, os chefes de Estado só se reuniram três vezes, em 1989, 1992 e 2009, todas em Manaus.
"Passaram-se 14 anos desde a nossa última reunião. É a primeira vez que nos reunimos aqui no Pará e, também, a primeira vez em meio a um agravamento severo da crise climática. Nunca foi tão urgente retomar e ampliar esta cooperação. Os desafios de nossa era e as oportunidades que se apresentam requerem uma ação conjunta", disse.
Segundo Lula, a reunião dos países membros deve dar lugar a três propostas principais, incluindo a discussão e promoção de uma nova visão de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região, combinando a proteção ambiental com a geração de empregos dignos e a defesa dos direitos dos que residem na Amazônia.
"Será necessário conciliar a proteção ambiental com a inclusão social, o fomento da ciência e da tecnologia, a inovação, o estímulo à economia local, a luta contra o crime internacional e o respeito pelos direitos dos povos indígenas das comunidades tradicionais, bem como seus conhecimentos ancestrais", disse.
Em segundo lugar, segundo o presidente, estão as medidas para fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que ele considera um legado construído durante quase meio século e o único grupo no mundo com uma missão socioambiental.
"Finalmente, fortaleceremos o papel dos países que possuem florestas tropicais na agenda global, abordando temas que vão desde a luta contra as mudanças climáticas até a reforma do sistema financeiro internacional", afirmou.
"A presença conjunta aqui de governo, sociedade civil, academia, estados e municípios, parlamentares e líderes, reflete nossa intenção de trabalhar em prol destes três grandes objetivos", acrescentou.