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Restrições à exportação de chips dos EUA alimentarão 'incerteza do mercado'

Fonte: Diário do Povo Online    19.07.2023 10h22

Enquanto Washington considera aumentar as restrições de exportação de chips a Beijing, algumas das maiores empresas de semicondutores dos Estados Unidos e um grupo da indústria pediram ao governo dos EUA que interrompa um controle ainda maior, alertando para a diminuição da competitividade, interrupções na cadeia de suprimentos e "incerteza significativa do mercado".

A medida destaca a importância da China para a indústria de chips dos EUA, já que a China não é apenas o maior mercado de semicondutores do mundo, mas também um elo importante nas cadeias de suprimentos das empresas de chips dos EUA, avaliaram especialistas.

Em um comunicado publicado na segunda-feira (17) em seu site oficial, a Associação da Indústria de Semicondutores dos EUA instou o governo dos EUA a " se abster de impor mais restrições" à China. Os CEOs das principais empresas de chips dos EUA também visitaram Washington esta semana para expressar suas opiniões sobre a política do governo dos EUA para a China.

É importante permitir que a indústria de chips tenha acesso contínuo ao mercado chinês, que é o maior mercado comercial do mundo para commodities de semicondutores, observou o comunicado.

A associação instou o governo dos EUA a se envolver "mais extensivamente com a indústria e especialistas para avaliar o impacto das restrições atuais e potenciais para determinar se elas são estreitas e claramente definidas, aplicadas de forma consistente e totalmente coordenadas com os aliados".

A declaração veio depois que a mídia informou que Washington está considerando uma nova rodada de restrições à exportação de equipamentos e tecnologias de fabricação de chips para a China. No ano passado, o governo dos EUA impôs um conjunto abrangente de regras com o objetivo de conter o desenvolvimento tecnológico da China.

Na terça-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse numa coletiva de imprensa em Beijing que a China sempre se opõe à politização e ao armamento de questões econômicas e comerciais.

"Esperamos que o lado americano cumpra a promessa do presidente dos EUA, Joe Biden, de não se separar da China, não obstruir o desenvolvimento econômico da China e não conter a China, e criar um ambiente favorável para a cooperação econômica e comercial China-EUA", enfatizou Mao.

Xiang Ligang, diretor geral da Information Consumption Alliance, uma associação da indústria de telecomunicações em Beijing, disse que a reação da indústria de chips dos EUA destaca o papel vital da China em seu sucesso. "A China é um mercado muito grande para qualquer empresa de chips ignorar", observou Xiang.

No ano passado, as compras de semicondutores da China totalizaram US$ 180 bilhões, representando cerca de um terço do total mundial de US$ 555,9 bilhões, consolidando o status do país como o maior mercado individual de semicondutores, de acordo com a Associação da Indústria de Semicondutores.

Executivos das gigantes de tecnologia dos EUA Nvidia, Qualcomm e Intel se reuniram na segunda-feira com altos funcionários em Washington para discutir a política do governo dos EUA para a China, segundo noticiou a Reuters citando fontes anônimas.

"Todas as três empresas são grandes líderes em tecnologia de semicondutores relacionada a telecomunicações. Uma grande porcentagem de suas receitas vem da China", disse George Koo, consultor internacional de negócios aposentado no Vale do Silício, ao China Daily.

Ao instruí-los a não vender para a China, o governo Biden está "pedindo a essas empresas que virtualmente cometam suicídio, porque cortarão o próprio braço no interesse da proteção de Biden da (chamada) segurança nacional", avaliou Koo.

A China é tão importante para uma série de empresas de tecnologia dos EUA que muitos CEOs visitaram o país este ano em busca de novas oportunidades de negócios.

O CEO da Intel, Patrick Gelsinger, por exemplo, visitou Chengdu, na província de Sichuan, no início deste mês para comemorar o 20º aniversário de sua fábrica local, logo após uma viagem a Beijing em abril.

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