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Comércio exterior da China atinge recorde anual no primeiro semestre de 2023

Fonte: Diário do Povo Online    19.07.2023 10h04

Por Du Haitao, Diário do Povo

Segundo estatísticas alfandegárias, o total de importações e exportações da China para o exterior foi de 20,1 trilhões de yuans no primeiro semestre de 2023, um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior e ultrapassando, pela primeira vez na história, os 20 trilhões de yuans no primeiro semestre. Entre esse total, as exportações totalizaram 11,46 trilhões de yuans, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior.

Lyu Daliang, porta-voz da Administração Geral das Alfândegas, disse que durante o primeiro semestre do ano a China conseguiu manter uma tendência geral de crescimento e de estabilidade perante um ambiente externo complexo e severo. O desenvolvimento de alta qualidade continua inabalado, a economia está melhorando em termos gerais e a qualidade do comércio exterior está aumentando de forma constante e de acordo com as expectativas. No primeiro semestre do ano, o âmbito de importações e exportações da China alcançou novos avanços e sua estrutura foi novamente otimizada, demostrando forte resiliência.

"A recuperação da economia mundial foi lenta durante o primeir semestre desse ano e os efeitos colaterais das políticas de contração das principais economias desenvolvidas têm se feito sentir, assim a instabilidade, incerteza e imprevisibilidade do mercado internacional. Porém, o comércio exterior de importação e exportação da China tem resistido à pressão, estabilizando sua escala, melhorando sua qualidade e se desenvolvendo de acordo com as expectativas", disse Lu Daliang.

Durante o primeiro semestre de 2023, existiam na China 540.000 empresas de comércio exterior com desempenhos notáveis, um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior. A atividade dos operadores de comércio exterior também aumentou significativamente. Em termos de modalidades de comércio, a taxa de crescimento das importações e exportações relacionadas com cadeias industriais mais longas e de maior valor agregado foi maior do que a taxa de crescimento geral, respondendo por 65,5% do valor total das importações e exportações, um aumento de 1,2 pontos percentuais. A capacidade de desenvolver o comércio de forma independente é cada vez maior.

Com o comércio exterior ainda sob pressão, a China tem-se esforçado por explorar mercados emergentes, construir plataformas abertas de alto nível, formar e fortalecer indústrias competitivas e conferir novo impulso para o comércio exterior. As importações e exportações da zonas piloto de livre comércio e do Porto de Livre Comércio de Hainan aumentaram 8,6% e 26,4%, respectivamente, demonstrando claramente o papel das plataformas abertas. Por outro lado, o total de exportações de veículos elétricos de passageiros, baterias de lítio e painéis solares aumentou 61,6%, contribuindo com 1,8% para o crescimento geral das exportações e dando um impulso significativo às indústrias verdes.

Este ano, a Administração Geral das Alfândegas (GAC, na sigla em inglês) continua a implementar as medidas de estabilização do comércio externo introduzidas no ano anterior. Apenas no mês passado, foram implementadas 16 medidas de optimização do ambiente alfandegário para negócios, de modo a apoiar o desenvolvimento do comércio externo.

De acordo com estatísticas alfandegárias preliminares, as vantagens e o potencial do comércio eletrônico transfronteiriço no contexto de um comércio externo "global" continuaram se fazendo sentir no primeiro semestre do ano. As importações e exportações nesta modalidade atingiram 1,1 trilhão de yuans, um aumento anual de 16% que demonstra um bom ritmo de desenvolvimento.

O "círculo de amigos" do comércio exterior da China continua a se expandir e a diversidade de mercados é cada vez maior. No primeiro semestre do ano, as importações e exportações da China para países da ASEAN, América Latina, África e Ásia Central aumentaram respetivamente 5,4%, 7%, 10,5% e 35,6% em relação ao ano anterior, com todas as taxas de crescimento geral de importações e exportações superando as do mesmo período no ano anterior.

No primeiro semestre do ano, as importações e exportações entre a China e os países ao longo do Cinturão e Rota totalizou 6,89 trilhões de yuans, um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior. As exportações chinesas de mercadorias intermediárias, como peças de automóveis, baterias de lítio e equipamentos de processamento de dados automáticos para estes países, aumentaram em 39,3%, 34,3% e 28,9%, respectivamente. O grau de cooperação das indústrias é também maior. No mesmo período, as importações de produtos energéticos e agrícolas desses países do Cinturão e Rota também aumentaram 5,7% e 17,9%, respectivamente.

É também evidente o efeito da interconetividade. No primeiro semestre do ano, as importações e exportações da China para países ao longo das rotas ferroviárias aumentaram 23,8%, mantendo um crescimento de dois dígitos por 12 meses consecutivos. Já as importações e exportações para países ao longo das rotas rodoviárias aumentaram 63,6%, com a taxa de crescimento ultrapassando 30% por cinco meses consecutivos.

No primeiro semestre do ano, as importações e exportações da China para a ASEAN contabilizaram 3,08 trilhões de yuans, um aumento de 5,4% em relação ao ano anterior e representando 15,3% do valor total de importações e exportações da China durante o mesmo período. Entre este volume de negócios, 125,08 bilhões de yuans corresponderam à importação de produtos agrícolas, um aumento anual de 7,5% e 6,4 pontos percentuais acima da média de crescimento geral das importações chinesas da ASEAN. É de notar o desempenho das importações de alguns produtos agrícolas característicos, como as frutas (40,54 bilhões de yuans, um aumento de 24,1%) e o óleo de palma (10,91 bilhões de yuans, um aumento de 120,5%).

Foi também estreitada a cooperação regional. No primeiro semestre, as importações e exportações totais da China com os demais 14 membros do RCEP ("Acordo de Parceria Econômica Abrangente Regional") totalizaram 6,1 trilhões de yuans, um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior, e contribuíram com mais de 20% para o crescimento do comércio exterior da China. O gradual desenrolar do potencial de mercado do RCEP promoverá efetivamente o livre fluxo regional de fatores de produção, resultando gradualmente num mercado regional integrado mais próspero e abrindo um novo espaço para as empresas expandirem a cooperação industrial internacional e os intercâmbios econômicos e comerciais. No primeiro semestre do ano, a China exportou 1,72 trilhão de yuans de produtos intermediários para outros membros do RCEP, representando mais da metade (54,4%) do valor das exportações da China para outros membros do grupo.

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