A China e o Japão devem trabalhar juntos para construir uma relação bilateral que atenda às necessidades da nova era, disse o diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), Wang Yi, na sexta-feira.

Ao reunir-se com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, à margem de uma série de reuniões dos ministros das Relações Exteriores da ASEAN, Wang lembrou que este ano marca o 45º aniversário da assinatura do Tratado de Paz e Amizade China-Japão, que estipulou em lei que os dois países devem aderir à paz, amizade e cooperação, e estabeleceu princípios e direções atemporais para os intercâmbios bilaterais.

Atualmente, as relações bilaterais estão em uma conjuntura crucial, apontou Wang, observando que o posicionamento do Japão de ver a China como seu maior desafio estratégico e a propaganda da "ameaça da China" são seriamente inconsistentes com a realidade das relações China-Japão e contrariam o importante consenso de "ser parceiros, não ameaças".

Wang expressou a esperança de que o Japão estabeleça uma compreensão objetiva e racional sobre a China e coloque as relações bilaterais de volta nos trilhos com um desenvolvimento sólido e constante, acrescentando que a China está aberta a manter contatos em todos os níveis, intercâmbios econômicos e comerciais e intercâmbios entre pessoas.

Por sua vez, Hayashi salientou que há um enorme potencial para a cooperação Japão-China em uma ampla gama de campos, e o lado japonês atribui grande importância ao fortalecimento do diálogo e da comunicação com a China.

O Japão espera aproveitar o 45º aniversário da assinatura do Tratado de Paz e Amizade Japão-China como uma oportunidade e, sob a orientação dos consensos alcançados pelos líderes dos dois países, construir relações construtivas e estáveis entre o Japão e a China e criar condições para intercâmbios de alto nível entre os dois lados, assinalou Hayashi.

Com relação à descarga de água contaminada por energia nuclear da usina nuclear Fukushima Daiichi no Oceano Pacífico, Wang enfatizou que essa é uma questão que diz respeito à segurança do ambiente marinho, bem como à vida e à saúde da humanidade.

A água contaminada nuclear proveniente de acidentes nucleares não deve ser comparada às águas residuais de usinas nucleares normais, pois são de natureza completamente diferente, destacou Wang.

Não há precedentes nem padrões comumente aceitos em relação a essa descarga, opinou Wang, acrescentando que se trata de uma questão científica e também de atitude.

Wang pediu que o lado japonês enfrente as preocupações legítimas das outras partes e as opiniões dos especialistas, verifique cientificamente as diferentes abordagens de descarga e evite a autoafirmação, acrescentando que a comunicação sincera e a maneira prudente são necessárias para lidar com a questão.