O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, relançou na última quinta-feira o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), um órgão para definir a política industrial integrado por representantes do setor, dos sindicatos e da sociedade civil.
O CNDI, que será coordenado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, foi convocado após sete anos de paralisia, sob uma forte pressão da indústria brasileira.
O governo assumiu em janeiro com a promessa de recuperar as bases industriais do país, em um cenário de baixo nível de investimentos e falta de estímulo à inovação.
Ao abrir a reunião do CNDI, o presidente Lula disse que "meu governo não tem tempo a perder" e que está nas mãos das autoridades criar as condições para "uma nova revolução industrial".
"Não voltei a governar este país para fazer o mesmo que fiz antes. Voltamos para tentar fazer as coisas de outra maneira. E para levar a cabo uma revolução industrial no país, para que possamos ser realmente competitivos. O momento é agora", enfatizou.
Criado em 2004, o CNDI volta com o objetivo de construir uma nova política industrial para o país. O Conselho é formado por 20 ministros e 21 membros da sociedade civil, entre entidades industriais e representantes dos trabalhadores.
Segundo o governo, o Conselho buscará fórmulas para superar o "atraso produtivo e tecnológica", bem como promover a inclusão socioeconômica, formação profissional e a melhoria de renda da população, reduzindo a desigualdade e aumentando a sustentabilidade.
Em pronunciamento na reunião do CNDI, o vice-presidente Alkimin explicou que o governo destinará 106,16 bilhões de reais (US$ 22,53 bilhões) durante os próximos quatro anos em recursos para a reindustrialização do país.
Segundo ele, o dinheiro virá de três fontes diferentes: do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).