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Oposição aumenta contra plano do Japão de despejar águas residuais contaminadas por energia nuclear

Fonte: Diário do Povo Online    06.07.2023 10h56

A oposição contra o plano do Japão de despejar águas residuais contaminadas da usina nuclear de Fukushima no Pacífico está aumentando no Japão e no resto do mundo, dado que o país pretende iniciar os despejos em agosto, após aprovação do último relatório da AIEA.

O Ministério da Ecologia e Meio Ambiente da China declarou na quarta-feira que se opõe ao plano do Japão de despejar no mar águas residuais contaminadas por energia nuclear de Fukushima. O ministério disse que implantou o monitoramento ambiental dos níveis de radiação marinha e emitirá um alerta precoce a tempo de salvaguardar efetivamente os interesses do país e da saúde pública em caso de qualquer anormalidade.

Antes da declaração das autoridades ambientais da China, o Ministério das Relações Exteriores da China e a Autoridade de Energia Atômica da China (CAEA) expuseram também na terça-feira a firme oposição da China ao plano japonês.

As partes interessadas e a comunidade internacional foram instadas a tomar ações mais concretas, incluindo a apresentação de queixas a agências internacionais para pressionar politicamente o governo japonês a revogar o plano errôneo.

A comunidade internacional tem vindo a prestar atenção ao plano japonês, após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ter afirmado em seu último relatório na terça-feira que o plano do Japão era "consistente com os padrões internacionais de segurança".

Cerca de 33.000 pessoas de Fukushima, Iwate e Miyagi, no Japão, assinaram uma petição protestando contra o despejo das águas residuais contaminadas no oceano, perfazendo um total de 254.000 assinaturas coletadas nesses locais desde 2022, pedindo ao governo japonês que suspenda o plano, segundo a agência de notícias Kyodo.

Fora do Japão, mais pessoas, especialmente dos países do Pacífico, manifestaram insatisfação com o relatório da AIEA e criticaram irresponsável japonesa. Por exemplo, em Seul, na Coreia do Sul, várias pessoas se reuniram na quarta-feira na praça central de Gwanghwamun para protestar contra os despejos, apesar do endosso da AIEA, informou a mídia sul-coreana, observando que o protesto continua há semanas.

Uma pesquisa realizada pelo Global Times Research Center constatou que, exceto para os entrevistados japoneses, 42% dos entrevistados em 10 outros países da Ásia-Pacífico preferiram "buscar soluções de consenso internacional por meio de organizações internacionais como as Nações Unidas", 37% deles optaram por "reforçar as medidas de controle de importação de produtos aquáticos de regiões relevantes", e mais de 30 por cento disseram que "embarcações de expedição científica internacional devem ser enviadas para inspecionar, monitorar e supervisionar as áreas circundantes.

O principal Partido Democrata da oposição na Coreia do Sul questionou na quarta-feira a credibilidade do relatório da AIEA e disse que se baseava em dados fornecidos por Tóquio e "era como algo encomendado pelo Japão". Alguns membros do partido também realizaram uma manifestação contra o plano na Assembleia Nacional, informou a Yonhap News.

Embora a AIEA tenha dito que "terá uma presença contínua no local e fornecerá monitoramento on-line ao vivo em seu site a partir da instalação de descarga", sua credibilidade e neutralidade têm sido questionadas, segundo alguns analistas.

Após a coletiva de imprensa em Tóquio na terça-feira, enquanto era escoltado para fora da sala, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, foi questionado por um repórter sobre uma alegada doação do governo japonês de mais de 1 milhão euros (US$ 1,10 milhão) para a AIEA. Grossi voltou atrás e disse: "Não recebi nada".

Analistas disseram que a comunidade internacional pode tomar várias medidas práticas para impor pressão sobre o governo japonês, e os EUA e alguns países ocidentais devem se unir para pressionar o Japão, pois uma vez que as águas residuais contaminadas sejam despejadas no oceano, nenhum país poderá ficar imune ao seu impacto desastroso.

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