Muitas cidades na China continuaram a emitir alertas de calor e chuva na sexta-feira, sendo que os residentes em muitas áreas estão enfrentando fenômenos climáticos extremos.
De acordo com a Administração Meteorológica da China (CMA), as observações de quarta a quinta-feira demonstraram que um total de 2.830 estações em todo o país registraram altas temperaturas, acima de 40°C, enquanto 2.130 estações registraram fortes chuvas.
Na manhã de sexta-feira, o Centro Meteorológico Nacional (NMC) continuou a emitir alertas laranja de temperatura elevada - o segundo mais alto no sistema de aquecimento climático de quatro níveis da China, já que a temperatura mais alta em Beijing, Tianjin, Hebei e Shandong na sexta-feira atingiu 40°C.
O CMA iniciou sua resposta de emergência de nível IV para altas temperaturas a partir das 9h de sexta-feira.
Beijing, a capital, localizada no norte da China, foi uma das cidades mais atingidas pela onda de calor. Na quinta-feira, Beijing registrou uma temperatura de 41,1°C, quebrando o recorde histórico de junho de 40,6°C, registrado em 1961. Também na quinta-feira, a mesma estação meteorológica registrou uma temperatura na superfície do solo de 71,8°C à tarde, também a segunda mais alta jamais registrada.
Na quinta-feira, a maioria das áreas de Beijing registrou temperaturas elevadas de 39°C ou mais. As previsões meteorológicas indicam que as altas temperaturas se irão manter nos próximos dias.
Na manhã de sexta-feira, a Estação Meteorológica de Beijing emitiu um sinal vermelho de alerta para altas temperaturas, o mais alto do sistema de alerta climático de quatro níveis da China. A última vez que Beijing emitiu tal alerta foi em 2014.
Na tarde de sexta-feira, Beijing registrou novamente altas temperaturas acima de 40°C. Zhang Yingxin, meteorologista chefe da Estação Meteorológica de Beijing, disse que esta é a primeira vez desde o estabelecimento de estações de observação meteorológica em Beijing que altas temperaturas acima de 40°C foram registradas por dois consecutivos dias.
De acordo com a Estação Meteorológica de Beijing, o clima quente continuará em Beijing de sexta a domingo, com altas temperaturas chegando de 37 a 40 graus na maioria das áreas. Na segunda-feira, as altas temperaturas de Beijing deverão cair para 34°C.
Esta onda de calor é forte, duradoura e generalizada, disse Zhao Wei, meteorologista-chefe da Estação Meteorológica de Beijing.
"A razão para esta situação é que a região de Beijing-Tianjin-Hebei está sob a influência de uma massa de ar quente mais forte a partir de quarta-feira cuja influência é duradoura. Sob a influência deste fenômeno de alta pressão, o céu não tem a presença de nuvens, o que promove o aquecimento", disse Zhao ao China Youth Daily.
"O sol prolongado favorece a manutenção das altas temperaturas, enquanto a baixa umidade do ar e o clima seco favorecem o aumento das temperaturas", disse Zhao.
Desde 1951, Beijing registrou um máximo de 11 dias de alta temperatura acima de 35 °C em junho em um único ano, em 1952 e 2000, respectivamente, e um máximo de 5 dias de alta temperatura acima de 37°C, em 1952. Desde quinta-feira, Beijing registrou nove dias de alta temperatura acima dos 35 °C e cinco dias de altas temperaturas acima dos 37 °C em junho de 2023.
Enquanto isso, Tianjin e Hebei, também localizadas no norte da China, estão também enfrentando o calor extremo.
De acordo com a Estação Meteorológica de Tianjin, as altas temperaturas no centro de Tianjin chegarão aos 40°C na sexta-feira. A estação meteorológica na província de Hebei previu altas temperaturas, entre 41 a 42°C, em muitas cidades na sexta-feira.
Enquanto os residentes no norte da China sofrem com as temperaturas elevadas, o leste e o sul do país enfrentam a ameaça de fortes chuvas. Na manhã de sexta-feira, o NMC emitiu um aviso amarelo para chuvas fortes. De acordo com a previsão, de sexta a sábado, algumas áreas nas províncias e regiões de Zhejiang, Anhui, Jiangxi e Fujian no leste da China e Guangxi e Guangdong no sul da China sofrerão precipitação elevada, incluindo trovoadas e ventos fortes em certas áreas.
Este verão assistiu a um aumento no clima incomum em todo o mundo. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos emitiu um alerta em 8 de junho informando que o fenômeno El Nino surgiu e deverá perdurar até ao inverno. Segundo especialistas da CMA, a China atravessou recentemente uma alta frequência de climas extremos associados ao surgimento do fenômeno El Nino.
Zhou Bing, chefe do serviço climático da CMA, disse que o clima deste ano, em termos da China e do mundo, tem sido anormal. “O mundo está definitivamente mais quente este ano do que em 2022, devido ao aparecimento do evento El Nino”, disse ele à China Central Television (CCTV).
“O desenvolvimento do El Nino levará a um aumento das chuvas no sul da China no verão e a uma diminuição das chuvas no norte da China, com uma situação de inundações no sul e seca no norte”, disse Zhou.
Não é provável que haja um período prolongado de calor extremo no norte da China, disse. Mas devido à influência do El Nino, a temperatura geral tende a ser superior à média.
