Português>>China

História do Tibet: Pesquisadora engaja-se em pessegueiros para beneficiar pessoas do planalto

Fonte: Xinhua    28.04.2023 13h30
História do Tibet: Pesquisadora engaja-se em pessegueiros para beneficiar pessoas do planalto

No início da primavera, as flores de pêssego estão em plena floração na cidade de Nyingchi, na Região Autônoma do Tibet, sudoeste da China, onde o festival da flor de pêssego foi aberto no final de março, enquanto dois pessegueiros selvagens que cresceram a 4.498 metros na capital regional, Lhasa, ainda estão em dormência.

"Devido às baixas temperaturas a uma altitude tão elevada, os botões de flores terminarão a dormência por volta do final de abril e o período de floração começará em 20 de maio", disse Zeng Xiuli, da Academia de Ciências da Agricultura e Pecuária do Tibet, que realizou um estudo de 16 anos em pessegueiros selvagens no planalto.

Em 2007, Zeng, quando tinha 37 anos, veio para Lhasa e desde então tem se dedicada a estudar pessegueiros selvagens no planalto.

"Há mais de 300.000 pessegueiros tibetanos selvagens de cerca de 1.700 metros acima do nível do mar no distrito de Metok, em Nyingchi, a 4.498 metros na Montanha Lhari Nyangbu, em Lhasa", informou Zeng.

O pêssego tibetano selvagem, com milhares de anos de história, é o ancestral dos pessegueiros.

Após investigações minuciosas e amostragem por meses, Zeng começou a plantar a variedade selvagem em uma planície de inundação estéril pertencente à sua academia.

"Sem ajuda, fizemos tudo do zero. Quando as mudas cresceram, não tínhamos ideia se elas dariam frutos", lembrou.

Finalmente, suas tentativas produziram resultados frutíferos no outono de 2013. Zeng compartilhou os primeiros lotes dos pêssegos com sua equipe de pesquisa e moradores locais, e então iniciou sua nova rodada de pesquisa - enviando suas mudas para aldeias em diferentes altitudes no Tibet.

"A academia nos trouxe mudas e técnicas de plantio, e então começamos a plantar pessegueiros e macieiras em nossos pomares", disse Tashi, um aldeão em Nyingchi. Ele agora ganha mais de 100.000 yuans (US$14.500) anualmente graças às frutas e ao turismo local em expansão.

Hoje em dia, grandes quantidades de mudas de pêssego selecionadas pela academia regional de agricultura e pecuária são plantadas em todo o Tibet, mesmo na sub-região de Ngari, onde a altitude média está entre as mais altas da região.

"Ao ver os moradores desfrutarem de frutas cultivadas à porta, estou mais do que satisfeita, pois todos cresceram das mudas plantadas na terra estéril anos atrás", destacou Zeng.

No inverno de 2019, a pesquisadora diligente ocasionalmente encontrou dois pessegueiros tibetanos selvagens a uma altitude de 4.498 metros.

Embora os dois pessegueiros estivessem nus e dormentes, eles ajudaram os pesquisadores a estudar ainda mais a base genética de árvores frutíferas lenhosas perenes para se adaptar ao ambiente de alta altitude.

"O festival da flor de pêssego deste ano está mais animado do que nunca", disse Nyima Chokyi, morador da aldeia de Kala, em Nyingchi.

A pequena aldeia tem sido o local da cerimônia de abertura do festival há anos, pois possui vastas manchas de pessegueiros, principalmente a variedade selvagem melhorada pela academia de Zeng.

Durante os dois primeiros dias do festival deste ano, a aldeia de Kala recebeu cerca de 67.000 turistas, arrecadando uma receita total de ingressos de quase 2 milhões de yuans.

A receita turística de Nyingchi deve chegar a 9,2 bilhões de yuans este ano, de acordo com o departamento de desenvolvimento de turismo da cidade.

Mas a expansão do turismo significa tudo menos um fim para a causa de Zeng e seus colegas de pesquisa.

"Alguns pessegueiros na aldeia de Kala têm problemas de envelhecimento e floração pobre. Nossa academia planeja resolver o problema e fornecer treinamento técnico relevante para os moradores nos próximos quatro a cinco anos", observou Zeng.

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: